Tudo caro

Bancários mantêm campanha por reajuste que acompanhe alta dos alimentos

Negociação com Fenaban elevou índice para equivalente à inflação, mas representantes da categoria apontam que produtos alimentícios subiram mais

Contraf-CUT/Montagem RBA
Contraf-CUT/Montagem RBA
Manifestações em Recife (com chuva), Londrina (PR), Limeira (SP) e Campo Grande: bancários cobram propostas

São Paulo – Nas negociações desta terça-feira com o Comando Nacional dos Bancários, a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) elevou a proposta de reajuste para os vales alimentação e refeição (VA/VR) aos trabalhadores. O índice proposto foi do equivalente a 100% do INPC, estimado em 8,88%. Até então, os bancos ofereciam reajustes aquém da inflação. Mas a reivindicação dos representantes da categoria é de aumento correspondente à chamada inflação dos alimentos, calculada em 15,37%.

“Não podemos aceitar uma proposta para o vale-alimentação que não cubra o aumento dos preços dos produtos consumidos pelos bancários em suas casas. O setor tem lucro ano após ano bem acima da inflação”, afirmou a presidenta da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), Juvandia Moreira, coordenadora do Comando. “Os alimentos e a maioria dos produtos da cesta básica aumentaram muito acima da inflação geral. Não podemos aceitar uma proposta que gere ainda mais perdas para a categoria”, acrescentou.

Lucros crescem

A categoria tem data-base em 1º de setembro. O IPCA e o INPC de agosto serão divulgados pelo IBGE no dia 9 do mês que vem. As negociações em relação ao índice de reajuste salarial, até o momento não atingiram a inflação do período. Na última sexta-feira (22), os bancos chegaram a propor aumento equivalente a 65% do INPC, proposta recusada já na mesa de negociação. Os sindicalistas lembram que o lucro dos cinco maiores bancos do país (Banco do Brasil, Bradesco, Caixa, Itaú e Santander) soma R$ 56,5 bilhões no primeiro semestre, alta de 14,4% sobre igual período do ano anterior.

No caso dos tíquetes, a proposta apresentada hoje pela Fenaban faz o VR passar de R$ 41,92 para R$ R$ 45,65/dia. Já o VA iria de R$ 726,71 para R$ 791,24/mês.

“Estão enrolando”

Por sua vez, a presidenta do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região, Ivone Silva, também coordenadora do Comando Nacional, cobrou a apresentação de uma proposta que inclua todos os itens econômicos. “Precisamos receber uma proposta global das cláusulas econômicas. Os bancos vêm nos dando respostas picadas. Parece que estão enrolando a categoria”, criticou. A reunião de amanhã deve incluir também a participação nos lucros ou resultados (PLR).

Os bancários fizeram manifestações por todo o país, para pressionar as empresas. Os sindicatos devem realizar assembleias na próxima sexta (26).



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