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Audiência no TST termina sem acordo e funcionários dos Correios iniciam greve

Paralisação nos serviços começa hoje a partir das 22h em todos os estados, com exceção de São Paulo, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Rondônia e Tocantins, que chegaram a acordo

Fentect

Trabalhadores não aceitam alterações no plano de saúde e querem discutir cláusulas sociais

São Paulo – A audiência de conciliação entre os trabalhadores da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafo (ECT) e a Federação Nacional dos Trabalhadores em Empresas de Correios, Telégrafos e Similares (Fentect), realizada hoje (17), no Tribunal Superior do Trabalho (TST), em Brasília, terminou sem acordo.

Com isso, os servidores representados por 29 sindicatos filiados à Fentect iniciam, a partir das 22h de hoje, a paralisação dos serviços, por tempo indeterminado, a fim de pressionar a empresa a apresentar uma proposta para renovação de acordo coletivo que contemple as reivindicações da categoria.

Em audiência de conciliação a empresa manteve a mesma proposta apresentada aos trabalhadores no dia 12: reajuste de 8% nos salários e 6,27% para os vales-refeição, alimentação, auxílio-creche/babá e auxílio para dependentes de cuidados especiais, além do crédito extra de 23 vales a serem pagos em dezembro (para admitidos até 31 de julho), que totaliza R$ 650,65, e vale-cultura de R$ 50.

A pauta da Fentect inclui 15% de aumento real, reposição de perdas salariais no período de 1994-2002, calculadas em 20%, além de segurança nas agências, manutenção no plano de saúde próprio, o Correios Saúde, implementação de Plano de Cargos Carreiras e Salários (PCCS), contratação de 10 mil funcionários, redução de jornada de trabalho dos atendentes para 6 horas, entre outros. “Além da proposta econômica não ser viável aos trabalhadores ainda existem as cláusulas sociais, que não foram nem citadas”, argumenta o secretário de Imprensa e Comunicação da Fentect, James Magalhães.

Segundo representantes da Fentect, a empresa também quer alterar o plano de saúde dos funcionários, atualmente administrado pela própria empresa, e transferi-lo para a iniciativa privada. “Essa é grande a trava porque os trabalhadores não vão aceitar alterações no plano de saúde”, afirma o diretor da Fentect, Emerson Vasconcelos da Silva.

Já a Federação Interestadual dos Sindicatos dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Correios (Findect) não compareceu à audiência e informou que os sindicatos filiados a ela – São Paulo, Bauru, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Rondônia e Tocantins – já haviam aceito a proposta da empresa.

A categoria tem data-base em 1º de agosto. Apesar de ter posições diferentes, as federações precisam fechar um acordo único, que terá validade nacional para aproximadamente 122 mil trabalhadores.

A audiência de conciliação foi presidida pelo vice-presidente do TST, ministro Antônio José de Barros Levenhagen. Agora será sorteado um ministro-relator para o julgamento do dissídio, instaurado pela empresa, ainda sem data prevista.

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