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Retórica ocidental

Otan acusa China de ‘ameaça global’ e Pequim reage: ‘nunca invadimos nenhum país’

“Pedimos à Otan que pare de fazer acusações infundadas e declarações provocativas”, disse o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores chinês, Wang Wenbin

Twitter/MRE China
Twitter/MRE China
Opomo-nos ao uso da força ou ameaça de força nas relações internacionais", diz porta-voz do MRE chinês

São Paulo – A declaração final da cúpula da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), em Vilnius, Lituânia, nesta quarta-feira (12), tem um conteúdo fortemente agressivo contra a China, o que surpreendeu analistas. Segundo a organização, “as ambições declaradas e as políticas coercitivas da República Popular da China desafiam os nossos interesses, segurança e valores”.

O documento diz que Pequim usa uma “vasta gama de instrumentos políticos, econômicos e militares para aumentar a sua presença global e projetar poder”. A agressividade que soou gratuita e provocativa teve resposta imediata da China.

“Acusações infundadas”

O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores chinês, Wang Wenbin, rebateu a afirmação ocidental de que as relações da China com a Rússia são uma ameaça à “ordem internacional baseada em regras”. “Pedimos à Otan que pare de fazer acusações infundadas e declarações provocativas à China e renuncie à mentalidade errada da Guerra Fria”, disse Wang.

“Nunca invadimos nenhum país ou conduzimos operações militares globais. Não formamos nem participamos de grupos militares. Opomo-nos ao uso da força ou ameaça de força nas relações internacionais. Como exatamente isso poderia representar ‘desafios sistêmicos’ para a Otan?”, questionou o porta-voz.

Segundo ele, Pequim e Moscou têm relações assentadas nos princípios do “não alinhamento, não confronto e não ataque a terceiros”. A Otan defende seu próprio dirteito de “aumentar nossa capacidade de resistência e preparação e proteger-nos contra as táticas coercitivas e os esforços da China para dividir a Aliança”.

Otan tem “diplomacia de alto-falante”

“A Otan, sendo uma aliança militar que possui as armas nucleares mais poderosas, nos últimos anos tem praticado diplomacia de ‘alto-falante’, inflando irresponsavelmente a ameaça nuclear chinesa”, disse ele.

Wang enfatizou que a China é o único estado com armas nucleares que adere à política de estratégia nuclear defensiva baseada em manter seu arsenal no nível mais baixo para garantir sua segurança nacional.

O porta-voz afirmou ainda que a Otan “tem o maior arsenal nuclear do mundo” e seus membros fazem permanentes esforços “para modernizar suas forças nucleares”. Com isso, o Ocidente reforça a dissuasão nuclear e aumenta “o risco de eclosão de um conflito nuclear”.

O jornal chinês Global Times afirma que os Estados Unidos “usam a Otan para confrontar a China”. “As acusações contra a China são essencialmente um auto-retrato dos EUA e das potências ocidentais”, diz o veículo.