PREVENÇÃO

Novas linhagens da covid-19 acendem alerta e Ministério da Saúde amplia vacinação

Estudos do Ministério da Saúde apontam para o crescimento de casos no Ceará, com predominância de novas linhagens da covid. Entenda

Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil
Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil
Imunização contra a doença vai exigir aplicação de duas doses, com intervalo de três meses

São Paulo – O Ministério da Saúde ampliou a vacinação contra a covid-19, incluindo uma nova dose da vacina bivalente. A medida é direcionada à proteção de grupos prioritários frente à identificação de novas sublinhagens de uma das variantes do novo coronavírus no Brasil. O governo estadual paulista confirmou que seguirá a medida do Ministério.

Os grupos prioritários incluem pessoas com 60 anos ou mais e indivíduos imunossuprimidos acima de 12 anos de idade. Para a aplicação da nova dose, é necessário que a última dose tenha sido aplicada há mais de seis meses.

“A partir da análise do cenário e considerando a presença da variante JN.1 no país, lançamos uma nova nota técnica antecipando a vacinação para idosos (a partir dos 60 anos) e imunossuprimidos (a partir dos 12 anos), que tenham recebido a vacina há mais de 6 meses”, destaca a Secretária de Vigilância em Saúde e Ambiente, Ethel Maciel.

Riscos identificados

A medida surge após a identificação da circulação no país de duas sublinhagens da variante do vírus, impulsionando o Ministério da Saúde a tomar ação preventiva e protetora. Ethel explica que a vigilância observou aumento nos casos em determinadas regiões do país.

“A partir da segunda quinzena de novembro de 2023, identifica-se um aumento de casos de covid-19 no Ceará, com predomínio em Fortaleza. Os resultados do sequenciamento genômico identificaram que 80% das amostras são da sublinhagem JN.1 da BA.2.86”, continua.

Contudo, ela não descarta a hipótese destas variantes já estarem presentes em outros locais. “É bastante possível que essa variante também possa já estar circulando em outros locais do país. Agora no fim do ano observa-se que a mobilidade da população, aliada à alta transmissibilidade do vírus, pode causar aumento de casos e ondas nos períodos seguintes”, completa.

Baixa cobertura da vacina bivalente

Embora mais de 518 milhões de doses tenham sido aplicadas contra a covid-19 no Brasil, apenas 17% da população recebeu a vacina bivalente. Essa vacina atua como um reforço para a imunização fornecida pelas demais vacinas monovalentes, particularmente contra novas linhagens oriundas da variante ômicron.

Olhando para o futuro, o Ministério da Saúde anunciou que, a partir de 2024, a vacinação contra a covid-19 será anual para crianças e grupos prioritários, integrando-se ao Calendário Nacional de Vacinação.

Vacinação em 2024

No próximo ano, a vacinação terá um foco especial em crianças com idades entre seis meses e 5 anos. O esquema vacinal completo para essa faixa etária consistirá em três doses, com intervalos específicos: a primeira para a segunda dose com um intervalo de 4 semanas e a segunda para a terceira dose com um intervalo de 8 semanas.

A ministra da Saúde, Nísia Trindade, reforçou a importância da vacinação nesse contexto: “Seguimos atentos ao cenário epidemiológico da Covid-19. Com a identificação de duas novas sublinhagens no país, decidimos antecipar para grupos prioritários uma nova dose da vacina bivalente. A vacinação é essencial para nossa proteção.”

Na recomendação, o Ministério da Saúde ressalta ainda a necessidade de medidas preventivas contínuas para proteger os grupos mais suscetíveis diante das mutações do vírus. A vacinação permanece como um pilar fundamental na contenção e no enfrentamento da Covid-19.


Leia também


Últimas notícias