Vacinas salvam

Com alta de casos, avanço da vacinação é condição para conter impactos da covid-19

Embora longe da ameaça que foi nos últimos anos, a covid-19 segue preocupante. Vacinas provam dia a dia sua relevância

Camila Batista / Semsa
Camila Batista / Semsa
16 estados apresentam tendência de aumento na circulação viral

São Paulo – A maior parte do Brasil registra aumento de casos de Síndrome Respiratória Agura Grave (SRAG) decorrente da covid-19. Contudo, o número de mortes segue baixo, resultado da vacinação em massa da população. De acordo com a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), 16 estados apresentam tendência de aumento na circulação viral. A entidade divulgou os dados nesta sexta-feira (3), no mais recente boletim InfoGripe.

A Fiocruz destaca que, diante do cenário, é essencial o movimento do governo federal em incentivar as doses de reforço. Neste sentido, o vice-presidente, Geraldo Alckmin (PSB), vacinou ao-vivo o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O petista também inaugurou uma campanha de mobilização nacional para retomar a cultura da vacina no Brasil, desprezada pelo negacionismo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

“A adesão à campanha de vacinação, que se iniciou nesta semana, é essencial. Para enfrentar esse momento de forma mais segura, é fundamental que toda a população esteja em dia com a sua vacinação, de acordo com as doses recomendados para cada faixa etária”, informa a Fiocruz.

A partir de segunda-feira (6), a maioria dos estados começam a vacinar com a quinta dose adultos a partir de 60 anos. Para quem tem comorbidades ou imunossuficiência, o imunizante já está disponível. E não se trata de um imunizante “comum”. Os postos de saúde estão aplicando a vacina bivalente, mais moderna, projetada para ter maior eficiência, em especial contra a variante ômicron da covid-19.

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Panorâma da covid

O levantamento da Fiocruz indica aumento da incidência de SRAG especialmente entre crianças e adolescentes. Entre os jovens adultos, houve a interrupção da queda. Carnaval, fim das medidas não farmacológicas como uso de máscaras e decadência da proteção das doses anteriores, além da baixa adesão do reforço, podem estar relacionados. Contudo, não há uma confirmação científica dos porquês.

Existe ainda a expectativa de aumento em idosos nas próximas semanas. Fato que reforça a importância da vacinação com os imunizantes bivalentes. “O sinal que se inicia na população idosa é um reflexo de que o vírus pode estar ganhando força novamente, aumentando assim a sua transmissão”, afirma o coordenador do Infogripe, Marcelo Gomes.

“Dado esse cenário, em que a gente vê o estado do Amazonas, São Paulo, com crescimento bastante claro associado à covid-19, embora São Paulo mais recente, e alguns outros estados já começam a apresentar sinal de aumento, reforça a convocação para a campanha de vacinação que começou nesta semana. É extremamente fundamental que toda a população de cada faixa etária esteja em dia com a vacinação, os convocados, é fundamental que estejam em dia com a vacina bivalente”, completou.

Uso de máscaras

A Organização Mundial da Saúde (OMS) mantém o alerta global para a pandemia de covid-19. A entidade ainda recomenda o uso de máscaras em ambientes fechados e com aglomerações. Contudo, nesta semana, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), bem como o governo de São Paulo, derrubaram parte da obrigatoriedade do uso dos instrumentos. Em especial, caíram as obrigatoriedades em aviões, aeroportos e no transporte público.

Especialistas, incluindo os da Fiocruz, mantêm a recomendação para o uso de máscaras em aglomerações. O melhor dos cenários não envolve, entretanto, a obrigatoriedade, mas sim a educação da população. As máscaras são eficazes para evitar contágio de inúmeras doenças, particularmente as respiratórias. Então, Gomes destaca a relevância de uma possível campanha de conscientização nesse sentido.

“É preciso que as autoridades se comuniquem com a população de maneira eficiente para que todos saibam quais máscaras usar e como usar de forma correta. Só exigir por meio de leis não basta. A população precisa ser informada adequadamente para que as normas sanitárias tenham o impacto coletivo esperado”, afirma.