Liberdade e democracia

Primeira edição do prêmio da CUT lembrada personalidades e entidades com longa trajetória de atuação em movimentos sociais. Próxima premiação será em 2013

Cerimônia de entrega do 1º Prêmio CUT, no Teatro Tuca

A solenidade de entrega da premiação foi realizada no dia 13 de dezembro, para lembrar o AI-5, decretado pelo regime militar nessa data, em 1968. Foram seis as categorias premiadas, além de vários homenageados, escolhidos por meio de votação pela internet. “O prêmio tem dois grandes objetivos: homenagear pessoas e instituições engajadas pela liberdade de expressão e contra a ditadura e fazer o resgate histórico dessa luta”, afirmou o presidente da central, Artur Henrique.

Frei Betto – premiado na categoria Personalidade de Destaque na Luta por Democracia, Cidadania e Direitos Humanos – partilhou o reconhecimento com os demais candidatos. “Não somos concorrentes, somos companheiros”, afirmou. O escritor lembrou sua participou da fundação da CUT e aproveitou o momento para reafirmar a importância de a central ter sua atuação pautada pela independência em relação aos governos. “Governo é como feijão, só funciona na panela de pressão”, brincou.

Rosalina de Santa Cruz (Personalidade de Destaque pela Luta na Redemocratização), dedicou o prêmio a seu irmão, Nando Santa Cruz, perseguido e preso na ditadura: “Quero, em tempos de Comissão da Verdade, pedir que se vá além disso, e se apurem as responsabilidades daqueles que mataram,  torturaram e até agora não foram julgados”.

Membro da coordenação nacional do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), Egídio Brunetto, morto em acidente de carro há duas semanas, foi homenageado durante a premiação na categoria Instituição de Destaque. Brunetto militava na região do Mato Grosso do Sul. Sua viúva, Atiliana, e um dos coordenadores do MST, Gilmar Mauro, tiveram o reconhecimento pela luta histórica do movimento por justiça no campo.

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi o premiado como Personalidade de Destaque na luta por Democracia e Liberdade. Ele havia acabado de sair do Hospital Sírio-Libanês após a terceira sessão de quimioterapia e foi representado por seu amigo Paulo Okamotto, presidente do Instituto Lula. “O homem já está vencendo mais este desafio e estará pronto para outra até o início deste ano que vem”, disse Okamotto­, ao comemorar a informação da equipe médica de que o tumor regredira 75% e que estava descartada a necessidade de cirurgia. Foram homenageados ainda, como personalidades de destaque, a farmacêutica Maria da Penha (Luta pelos Direitos dos Trabalhadores) e dom Pedro Casaldáliga, bispo de São Félix do Araguaia (Luta Democracia e Justiça no Campo). Segunda edição está prevista para 2013.

Leia texto completo de Letícia Cruz