São Paulo – O governo de São Paulo, sob comando de Tarcísio de Freitas (Republicanos), deve subir para R$ 5 valor da tarifa dos trens, metrô, e ônibus intermunicipais em São Paulo. Atualmente, a passagem do transporte no estado custa R$ 4,40. Assim, o acréscimo será de R$ 0,60, o que representa um aumento de 13,63%. Os novos valores devem valer a partir de janeiro. A informação é do Bom dia SP, da TV Globo, divulgada nesta quinta-feira (14).

No final do mês passado, Tarcísio já havia sinalizado a intenção de reajustar as tarifas do transporte público no estado. Ele manifestou preocupação com a saúde financeira das empresas que atuam no setor.

“As empresas não vão ter solvência sem repasse, e o fato de a tarifa estar congelada vai prejudicando a saúde financeira das empresas”, completou Tarcísio. Ele ainda justificou a necessidade de reajuste em função das tarifas estarem congeladas desde 2020. Sem aumento, ele alega que seriam necessários mais subsídios para financiar as passagens.

Repasse aos empresários e privatização

Tarcísio pretende conceder à iniciativa privada as linhas 1-Azul, 2-Verde, 3-Vermelha do Metrô, e as linhas 15-Prata 7-Rubi, 10-Turquesa, 11-Coral, 12-Safira e 13-Jade, da CPTM. A linha 7-Rubi é a que está com o processo mais adiantado, com leilão de concessão já marcado para fevereiro do ano que vem. O governador espera concluir o processo de privatização dos transportes sobre trilhos até 2025.

Desse modo, os reajustes que o governo deve anunciar em breve serviriam também para tornar mais atrativos os leilões de privatização. Ao mesmo tempo, evitaria o desgaste político de um “tarifaço” logo após as concessões serem efetivadas.

Por outro lado, no último dia 30 de novembro, o governo de São Paulo anunciou o pagamento de 682,6 milhões de reais à ViaQuatro, concessionária da linha 4-Amarela do metrô. O valor é referente à perda de receita da empresa durante a baixa de passageiros na pandemia. A empresa é controlada pelo grupo CCR, que por meio da ViaMobilidade administra as linhas 8-Diamante e 9-Esmeralda da CPTM.

Pelas redes sociais, a presidente do Sindicato dos Metroviários de São Paulo (Metroviários-SP), Camila Lisboa, criticou os repasses milionários aos empresários e o provável reajuste das tarifas.

Para a concessionária CCR que controla as linhas privatizadas do metrô, R$ 682,6 milhões em indenização.

Para a população, aumento da tarifa.

Eis a lógica do governo Tarcísio: repasse de dinheiro para os empresários e tarifa mais cara para a população! 🤡 #AumentoNão

— Camila Lisboa (@CamilaRDLisboa) December 14, 2023

Precarização e aumento das tarifas

A privatização dos serviços públicos, que inclui ainda a Sabesp, não constava no programa de governo de Tarcísio. Trabalhadores dos setores ameaçados realizaram duas greves gerais contra as privatizações pretendidas pelo governador.

Após prometer redução da tarifa de água ao defender a privatização da Sabesp, Tarcísio de Freitas disse nesta semana que ela pode, sim, aumentar. “A tarifa vai subir, mas a privatização garante que ela vai subir num valor menor”, declarou. Já na CPTM, trabalhadores e usuários se queixam do aumento no número de panes que as linhas operadas passaram a registrar. Devido à queda na qualidade do serviço, as linhas privadas ganharam o apelido de “Via Imobilidade“.