Aliança

PT oficializa candidatura de Edegar Pretto no Rio Grande do Sul. Vice será Pedro Ruas, do Psol

Convenção do partido também confirmou o nome do ex-governador Olívio Dutra para o Senado, por meio de mandato coletivo

Rafael Stedile/Divulgação
Rafael Stedile/Divulgação
Na sexta-feira (29), o vereador Pedro Ruas (Psol) retirou-se da disputa para selar sua candidatura como vice em chapa com o PT

São Paulo – O PT oficializou em convenção, ontem (31), a escolha de Edegar Pretto (PT) como candidato ao governo do Rio Grande do Sul. Natural do município de Miraguaí, Pretto tem 50 anos, é formado em Gestão Pública, está em seu terceiro mandato como deputado estadual e já foi presidente da Assembleia Legislativa gaúcha, entre 2017 e 2022. 

No encontro, também foi aprovada a Federação Brasil da Esperança – que reúne PT, PCdoB e PV. Essas legendas apresentaram uma nominata de 88 pré-candidatos, sendo 56 para a Assembleia e 32 para a Câmara dos Deputados. A vaga de vice-governador é do vereador de Porto Alegre Pedro Ruas (Psol), também advogado trabalhista e ex-deputado estadual. Ruas já havia tido candidatura aprovada para o Palácio Piratini na convenção do Psol. Mas, na última sexta-feira (29), o vereador retirou-se da disputa para selar sua candidatura como vice em chapa com o PT. 

A aliança entre os partidos também resultou na indicação do vereador Roberto Robaina (Psol) para a primeira suplência do candidato ao Senado, Olívio Dutra (PT). Na convenção deste domingo, o partido confirmou o nome do ex-governador na disputa, liderando um mandato coletivo inédito na Casa legislativa em que, caso eleito, Olívio Dutra e os suplentes dividirão o mandato. O segundo nome ainda não foi anunciado. O ato de homologação das candidaturas foi realizado pelo presidente da federação, o deputado federal Paulo Pimenta (PT). 

Unidade de esquerda

O parlamentar estava acompanhado dos presidentes das legendas aliadas e da presidenta da Federação Psol/Rede Sustentabilidade, Luciana Genro. Durante a convenção, Edegar Pretto assinou, ao lado de seu vice, de Olívio Dutra e do ex-governador do Rio Grande do Sul, Tarso Genro, uma carta de compromisso com os gaúchos. “Estou aqui para firmar com vocês a minha palavra e colocar a minha assinatura numa carta de compromisso para reconstruir o nosso Rio Grande do Sul”, destacou o candidato. 

Ruas também fez críticas aos governos do MDB e PSDB, de José Ivo Sartori (2015-2019), e Eduardo Leite (2019-2022), respectivamente. “Falta de sensibilidade e de compromisso popular. É isso que precisamos e vamos mudar”, afirmou. Já Olívio Dutra comentou a importância da união de forças para a representatividade dos movimentos sociais populares e da classe trabalhadora. E ressaltou a unidade de esquerda em âmbito nacional como “um momento histórico para mudar o Rio Grande do Sul, já que o Brasil vai mudar com o presidente Lula”. 

Leia mais: Olívio Dutra é candidato ao Senado pelo PT do Rio Grande do Sul e defende mandato coletivo

“Climão” no MDB 

Em clima de tensão interna, o MDB também realizou convenção ontem, que deu vitória à ala partidária que defendia abrir mão de uma candidatura própria. A contragosto de figurões da legenda, o deputado estadual Gabriel Souza foi indicado pela sigla para ser vice de Eduardo Leite. A definição segue orientação nacional em que os tucanos decidiram apoiar a candidatura de Simone Tebet (MDB) à Presidência da República. 

O prefeito de Porto Alegre, Sebastião Melo, além de Pedro Simon, Osmar Terra e Sartori foram algumas das figuras conhecidas do partido que se manifestaram contra o apoio a Eduardo Leite. De acordo com informações do portal Sul21, alguns deles, inclusive, deixaram a convenção logo depois de votar em protesto contra a aliança. Nas redes sociais, Melo elevou o tom contra os correligionários, ao destacar que a decisão “macula o passado e compromete o futuro do partido”. 

Já o tucano comemorou a chapa com Gabriel Souza. O ex-governador também teve o nome aprovado em convenção do PSDB gaúcho pela manhã de domingo. O anúncio foi feito pelo presidente estadual da legenda, Artur Lemos Júnior. Os tucanos também homologaram 62 candidatos a deputado federal e estadual pela legenda. 

Como está a disputa 

Assim Leite vem liderando a disputa pelo governo do Rio Grande do Sul, segundo pesquisa mais recente, do último dia 28 de julho, do instituto Real Time Big Data, encomendada pela TV Record. O ex-governador tem 29% dos votos e está numericamente à frente do ex-ministro Onyx Lorenzoni (PL), que registra 24% das intenções. Porém, como a margem de erro é de 3 pontos percentuais, para mais ou para menos, os dois candidatos estão tecnicamente empatados. 

Onyx Lorenzoni também foi confirmado na disputa pelo Palácio Piratini em convenção no dia 22 de julho. Ele é o candidato apoiado pelo presidente Jair Bolsonaro (PL). O candidato do PT, Edegar Pretto, aparece em terceiro na pesquisa, com 9% dos votos. Na sequência, Pedro Ruas (Psol). A tendência é que Pretto herde os votos de Ruas e cresça nas pesquisas após a oficialização da chapa PT e Psol.

E no senado

O senador Luís Carlos (PP) também pontuou na pesquisa e tem 4% das intenções de voto. Sua candidatura foi oficializada em evento no sábado (30). Os ex-deputados federais Beto Albuquerque (PSB) e Vieira Cunha (PDT) marcaram 3% e 2%, respectivamete. Ricardo Jobim (Novo), Roberto Argenta (PSC), Gabriel Souza (MDB) e Rejane de Oliveira (PSTU) têm 1% cada. 

A pesquisa também simulou um cenário para o Senado dentro da modalidade estimulada – quando os nomes são apresentados aos entrevistados. O vice-presidente, Hamilton Mourão (Republicanos), aparece à frente com 24%, empatado tecnicamente com a ex-senadora Ana Amélia Lemos (PSD), que tem 20%. Na sequência aparece o ex-governador José Ivo Sartori (MDB), com 17%, também empatado na margem de erro com Ana Amélia. O nome de Olívio Dutra não foi testado pelo instituto. 

Redação: Clara Assunção – Edição: Helder Lima

Com informações do Sul21