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Procuradoria denuncia Carla Zambelli por invadir sistema do CNJ

Deputada bolsonarista é acusada de invasão de dispositivo de informática e de falsidade ideológica. O hacker Walter Delgatti, que executou a invasão, também foi denunciado. Ela, aliás, intermediou contato dele com Bolsonaro, que encomendou invasão ao sistema da Justiça Eleitoral

Marcelo Camargo/Agência BRasil
Marcelo Camargo/Agência BRasil
Zambelli intermediou encontro de Bolsonaro com o hacker e pagou serviços

São Paulo – O procurador-geral da República, Paulo Gonet, apresentou nesta terça-feira (23) denúncia ao Supremo Tribunal Federal (STF) contra a deputada Carla Zambelli (PL-SP) por ter ordenado ataque hacker ao sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). E também emitir um falso mandado de prisão contra o ministro do STF Alexandre de Moraes.

O procurador acusa a deputada de ter cometido os crimes de invasão de dispositivo de informática e falsidade ideológica. A denúncia da PGR inclui o hacker Walter Delgatti, que executou a invasão a mando de Zambelli.

A aliada do então presidente Jair Bolsonaro (PL) passou a ser investigada pela Polícia Federal no início de agosto passado, após Delgatti confessar que recebeu pagamentos da sua equipe para invadir o CNJ. Na época, ele disse que Zambelli queria uma invasão aos sistemas da Justiça Eleitoral, mas que não conseguiu executar essa ordem.

Na época a parlamentar negou relação com a invasão ao sistema. E disse ter contratado Delgatti para reformular suas redes sociais. A defesa da deputada ainda não se manifestou sobre a denúncia.

A mando da parlamentar, Hacker utilizou credenciais falsas

Segundo depoimento do hacker Delgatti à CPI dos Atos Golpistas, em agosto passado, a deputada intermediou contato entre ele e Bolsonaro, que havia lhe pedido para invadir as urnas eletrônicas, e assim provar que eram falhas.

Segundo a Polícia Federal, a invasão teria sido feita entre os dias 4 e 6 de janeiro de 2022, com a inserção de documentos e alvarás de soltura falsos. Entre eles, o mandado de prisão de Moraes, e outros 11 alvarás de soltura, igualmente falsos, de presos por diversos motivos.

Foram utilizadas credenciais falsas, obtidas de forma ilegal. Isso permitiu acesso remoto dos sistemas. Por isso os fatos investigados configurariam, em tese, crimes de invasão de dispositivo informático e falsidade ideológica.

Esta é a primeira denúncia que Gonet apresenta ao STF desde que assumiu o comando da Procuradoria-Geral da República em dezembro.

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    Redação: Cida de Oliveira