eleições 2022

Partidos se aproximam de concretizar aliança, frente contra Bolsonaro e federação

Ex-governador Márcio França, muito próximo a Alckmin, alimentou ontem ainda mais as expectativas de que PSB e PT superem impasse sobre SP

Ricardo Stuckert/Instituto Lula
Ricardo Stuckert/Instituto Lula
Lula e Carlos Siqueira, do PSB, além de presidentes de PV e PCdoB, devem se voltar a se reunir na quinta-feira

São Paulo – As negociações sobre a formação de uma federação partidária entre PSB, PT, PV e PCdoB tiveram importante evolução da última sexta-feira até esta terça (8). Dirigentes das legendas devem se reunir na próxima quinta-feira (10). Com a retirada da candidatura do senador Humberto Costa (PT) ao governo de Pernambuco, a pendência para o acordo entre os dois maiores partidos da aliança passa a ser só São Paulo, justamente a mais complexa. Mas o ex-governador Márcio França, muito próximo a Alckmin, alimentou ontem ainda mais as expectativas de que PSB e PT caminham para superar o impasse da disputa pelo Palácio dos Bandeirantes.

Ambas as legendas têm pré-candidatos ao governo estadual, respectivamente o próprio França e Fernando Haddad. Segundo França, a filiação do ex-governador do PSDB ao PSB está praticamente certa. “Falta a formalidade. Eu diria que (as possibilidades) são de 99,9%”, disse.  Apesar disso, não desconsiderou o 0,1%. “Sempre pode acontecer alguma coisa”, disse à GloboNews.

Na mesma entrevista, o socialista adiantou qual será o critério para definir qual dos nomes será o escolhido. “Vai fazer a pesquisa em julho ou maio, quem estiver na frente é o candidato a governador, e o outro vai compor a chapa do jeito que der.”

Na segunda (7), o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) disse ao jornal O Estado de S. Paulo que a aliança entre o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o ex-governador Geraldo Alckmin é um assunto “praticamente resolvido”. Segundo especulações, Randolfe deve desistir de disputar o governo do Amapá e integrar a coordenação da campanha de Lula.

À RBA, a assessoria de Randolfe Rodrigues desmente o que chama de boatos. Afirma que os fatos são publicamente conhecidos: que em 21 de janeiro o senador se reuniu com Lula em São Paulo para “discutir o futuro do Amapá e do Brasil”. E que, na semana passada, Randolfe recebeu em seu gabinete, no Senado, a presidenta do PT, deputada Gleisi Hoffmann (PR). Tudo que fuja disso “é especulação ou boato”, diz a assessoria.

Pernambuco

O PT pernambucano retirou a candidatura para colaborar com o entendimento nacional, no sentido de firmar uma federação partidária, diz o senador Humberto Costa. Fora esse fato, não há definição sobre a candidatura ao Senado e a composição da chapa ao governo do estado. Embora setores da imprensa coloquem a deputada Marília Arraes como preferida do partido para a disputa do Senado, o PT tem outros nomes no páreo, como o também deputado Carlos Veras.

“Tudo isso ainda vai ser discutido. O PT ainda não debateu se quer a vice, o Senado. Se for o Senado, há outros candidatos na disputa. Todos os nomes poderão ser analisados, mas não tem nada automaticamente definido”, esclarece o senador. Carlos Veras, Marília Arraes e o ex-deputado estadual Odacy Amorim disputam a vaga para o Senado.

Para Humberto Costa, a formação da federação partidária está “caminhando bem” e a resolução da questão em Pernambuco colabora. “Ajuda a gente ter o Alckmin em nossa chapa, porque ele vai ter uma alternativa muito concreta de filiação, que pode ser ao PSB. A dificuldade de filiação dele ao PSB diminui sensivelmente, embora não signifique necessariamente que ele vai se filiar. E, por outro lado, creio que a federação tornou-se uma realidade mais concreta”, afirma.

A deputada estadual do PT de Pernambuco Teresa Leitão esteve em reunião, nesta terça, na Fundação Perseu Abramo (FPA), para discutir propostas do partido para a educação. A parlamentar participou como uma das coordenadoras do setorial de Educação da legenda. Ela é mencionada como nome para a vaga de vice na chapa a ser liderada pelo PSB no estado. O deputado federal socialista Danilo Cabral é o favorito para a sucessão do governador Paulo Câmara, também do PSB, que ainda não tornou a indicação pública.