Injustiças

Papa Francisco critica processo que prendeu Lula por 580 dias em Curitiba. ‘Começou com notícias falsas’

Em entrevista ao jornal espanhol ABC, o papa defendeu a imparcialidade. “Um julgamento deve ser o mais limpo possível, com tribunais que não tenham outro interesse a não ser fazer justiça”

Ricardo Stuckert
Ricardo Stuckert
O santo padre disse que não se trata de falar de política, mas sim sobre fake news

São Paulo – O julgamento que levou o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) à prisão em Curitiba foi criticado pelo papa Francisco. Em entrevista ao jornal espanhol ABC, publicada neste domingo (18), o santo padre disse que não se trata de falar de política. E sim sobre fake news. “Começou com notícias falsas na mídia, que criaram uma atmosfera que favoreceu o julgamento e prisão de Lula”, disse.

Então, Lula saiu ileso de todas as acusações. Contudo, nada vai apagar os 580 dias de cárcere na sede da Polícia Federal em Curitiba. Além da falta de provas contra o presidente, a Justiça considerou seus algozes como parciais.

O grupo formado pelo então Juiz Sergio Moro e a força tarefa Lava Jato do Ministério Público, de nomes como Deltan Dallagnol, perseguiu Lula. Utilizaram instrumentos judiciais para tentar destruir a figura política do petista, em uma investida que os juristas chamam de lawfare.

Logo, o papa Francisco clamou por cautela e julgamentos justos no futuro. “É preciso ter cuidado com aqueles que criam um cenário para condenar, não importam os fatos. Eles moldam um cenário usando a mídia para influenciar aqueles que devem julgar”, disse.

“Um julgamento deve ser o mais limpo possível, com tribunais que não tenham outro interesse a não ser fazer justiça”, completou o sumo pontífice. Lula foi preso em 2018 pelo processo sobre o triplex no Guarujá. Em 2021, o Supremo Tribunal Federal anulou as sentenças contra ele. Papa finalizou ao classificar o julgamento parcial de Lula como “caso histórico”.