Ruim/Péssimo

Na disputa pela reeleição, Bolsonaro tem a pior avaliação em 24 anos

Bolsonaro chega a março de 2022 com cerca de 20 pontos percentuais a mais na avaliação negativa em comparação com FHC (1998), Lula (2006) e Dilma (2014)

Reprodução (FHC e Lula), Ricardo Stuckert (Dilma) e Agência Brasil (Bolsonaro)
Reprodução (FHC e Lula), Ricardo Stuckert (Dilma) e Agência Brasil (Bolsonaro)
FHC, Lula e Dilma tinham avaliação ruim ou péssimo de 21% a 25% e Bolsonaro é desaprovado por 46%

São Paulo – Análise sobre avaliação dos presidentes que disputam a reeleição no Brasil desde a redemocratização do país mostra que a pior avaliação é a de Jair Bolsonaro. A constatação é do cientista político Alberto Carlos Almeida e é baseada em pesquisas realizadas pelo Datafolha em fevereiro ou março do ano da reeleição de Fernando Henrique Cardoso (1998), Luiz Inácio Lula da Silva (2006), Dilma Rousseff (2015) e de Bolsonaro em 2022. O Datafolha levantou dados do governo FHC e da gestão de Lula nos meses de março e de Dilma, em fevereiro. O atual chefe de governo foi avaliado pelo Datafolha em março passado.

Segundo a comparação, FHC tinha a avaliação menos negativa ao tentar se reeleger em 98, com 21% de ruim/péssimo. Em 2006, Lula era visto negativamente por 23% dos entrevistados, enquanto 25% julgavam a gestão Dilma desfavoravelmente. Já em março de 2022, o Datafolha apurou que 46% dos brasileiros consideram o governo Bolsonaro ruim ou péssimo.

Almeida enfatiza a relevância da comparação, dado que a empresa ou instituto que fez a pesquisa objeto da análise ser a mesma nos quatro momentos “afasta o efeito da variação de metodologia”. Além disso, a escala de todos os estudos para avaliar os governos varia entre ótimo e péssimo e a época da pesquisa é fevereiro ou março do ano em que o presidente no cargo disputaria a reeleição.

Análise mostra tendência de 2022

“Fernando Henrique era o mais bem avaliado e venceu no primeiro turno, Lula era o segundo mais bem avaliado e venceu com 20 pontos de margem no segundo turno, e Dilma era a terceira mais bem avaliada e derrotou Aécio por uma margem muito pequena também no segundo turno. Isso indica que Bolsonaro tende a ser derrotado pelo principal candidato de oposição”, afirma Alberto Carlos Almeida na análise.

“Adicionalmente, a única eleição em que houve inversão da avaliação do governo foi em 1994, devido ao Plano Real – responsável por uma redução abrupta da inflação. Ou seja, para qualquer lado que se olhe os sinais são ruins para Bolsonaro”, acrescenta o analista.

Almeida destaca ainda que, na comparação entre os quatro postulantes à reeleição, Bolsonaro chega a março do ano eleitoral com cerca de 20 pontos percentuais a mais da avaliação ruim/péssimo quando comparado com os vitoriosos de 1998, 2006 e 2014. “A questão é saber se ele conseguirá reduzir esta avaliação negativa até outubro de 2022”, escreve o analista.

Fonte: https://albertocarlosalmeida.com.br/

Pesquisa sem Moro

Segundo pesquisa Ipespe divulgada esta quarta-feira (6), o ex-presidente Lula continua na liderança da corrida eleitoral, com 44% das intenções de votos. O estudo é o primeiro realizado sem o ex-juiz Sergio Moro. Parte dos votos de Moro se transferiram para Bolsonaro, o que o fez saltar quatro pontos na disputa, de 26% para 30%.

A pesquisa foi registrada na Justiça Eleitoral com o número BR-03874/2022. A margem de erro máximo estimada é de 3,2 pontos percentuais para mais ou para menos.