Imperdoável

Lula defende que Robinho cumpra pena por estupro no Brasil

Presidente classificou o estupro como um crime “intolerável” que requer punição adequada. “O Robinho já foi condenado na Itália e era para ele já estar cumprindo pena aqui”

Ricardo Stuckert/PR
Ricardo Stuckert/PR
"Ainda nós estamos muito aquém daquilo que prometemos", disse Lula sobre queda na avaliação do governo

São Paulo – O presidente Lula defendeu, em entrevista ao SBT, ontem (11), que o ex-jogador Robinho seja punido no Brasil pela acusação de estupro. “Todos que cometeram crime de estupro precisam ser presos. As pessoas precisam aprender que relação sexual não é apenas o desejo de uma parte. É a concórdia das partes que estão em jogo. Um homem que comete esse tipo de crime de forma coletiva e ainda acha que não cometeu? Cria vergonha. Estupro é um crime imperdoável”, afirmou.

“As pessoas têm que ser julgadas e condenadas por isso. O Robinho já foi condenado na Itália e era para ele já estar cumprindo pena aqui. Agora vai ser julgado no Brasil e eu espero que ele pague o preço da irresponsabilidade de ser um jovem que teve mais oportunidades do que 99% dos jovens brasileiros, que ganhou muito dinheiro, e que fez isso com uma menina”, acrescentou.

Lula destacou a necessidade de responsabilização, afirmando que “a relação sexual não é apenas o desejo de uma parte, é a concórdia das partes.” Ele enfatizou que o estupro é um crime intolerável que requer punição adequada.

Condenação

Lula então ressaltou a importância de cumprir-se a sentença, destacando que o futebolista já foi alvo de condenação na Itália e deveria estar cumprindo pena. Ele acrescentou que a questão deve ir a julgamento ainda neste mês. E que a Justiça brasileira pode emitir uma ordem de prisão a partir do próximo dia 20.

O Superior Tribunal de Justiça (STJ) está em vias de homologar a sentença italiana contra o ex-jogador do Santos. Ministros da corte indicam que a tendência é validar a sentença para o cumprimento da pena no Brasil.

A Justiça italiana sentenciou o ex-atleta a nove anos de prisão por estupro coletivo. A vítima afirmou ter sido embriagada e abusada sexualmente por seis homens enquanto estava inconsciente. Embora a defesa tenha alegado que a relação foi consensual, a justiça italiana determinou sua condenação a nove anos de prisão, além de impor uma indenização à vítima no valor de 60 mil euros (aproximadamente R$ 323 mil).

Alimentos, luz e popularidade

Ao mesmo tempo, o presidente Lula reafirmou ainda o compromisso do seu governo em reduzir o preço dos alimentos e também da energia elétrica. Nesse sentido, ele minimizou o impacto das recentes pesquisas que mostram queda em sua avaliação.

“A gente vai começar a colher aquilo que nós plantamos. A sociedade vai se dar conta de que as coisas vão melhorar. Tenho certeza absoluta que não tem nenhuma razão do povo brasileiro me dar 100% de popularidade. Porque ainda nós estamos muito aquém daquilo que prometemos”, disse

“Para que a sociedade esteja feliz com o governo é preciso que a economia e o salário estejam crescendo e o preço da comida esteja abaixando. O preço da carne já baixou, mas o arroz e o feijão estão caros”, acrescentou.

Desse modo, disse que já avisou seus ministros da Fazenda, Fernando Haddad, e de Minas e Energia, Alexandre Silveira, para que se iniciem o processo de queda do preço da energia e dos alimentos básicos.

“O trabalhador pobre que mora numa casa simples está pagando proporcionalmente mais caro do que paga o rico. Porque o rico compra energia no mercado livre e o pobre compra no mercado regulado. E quando se dá subsídio pro mercado livre quem paga o preço é o povo pobre”, analisou.

Petrobras

Além disso, Lula também criticou a “voracidade” do mercado financeiro contra a Petrobras. As ações da empresa levaram um tombo na semana passada, após decisão da estatal de não distribuir dividendos extraordinários. Para o presidente, a Petrobras não tem de pensar só nos acionistas, mas também nos 200 milhões de brasileiros que também são “sócios e donos” da empresa.

Desse modo, ele classificou o mercado financeiro como um “rinoceronte, um dinossauro voraz que quer tudo para ele e nada para o povo”. “Se eu for atender apenas à choradeira do mercado, você não faz nada”, falou.

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Com Brasil 247 e DCM