conjuntura estadual

Doria terá dificuldades para compor base parlamentar, diz Fiorilo

Deputado estadual eleito Paulo Fiorilo promete oposição dura e consequente. Ele afirma que a fragmentação partidária na Assembleia e a pequena bancada do PSDB vão dificultar a vida do governador

rovena rosa / abr

Doria deve repetir a estratégia de buscar a maioria por meio de cargos e espaços no governo

São Paulo – O deputado estadual eleito Paulo Fiorilo afirmou ontem (1) que o governador eleito de São Paulo, João Doria, terá mais dificuldades do que seu antecessor, Gerado Alckmin, para compor a base de apoio na Assembleia Legislativa do Estado. Segundo Fiorilo, “com as eleições legislativas deste ano, aumentou a fragmentação partidária e assim haverá mais dificuldade. Temos 24 partidos com representação no parlamento”, disse em entrevista ao Seu Jornal, da TVT.

Outro fato, segundo Fiorilo, é que o PSDB elegeu uma bancada com apenas oito deputados, entre os 94 que compõem o parlamento estadual. “Óbvio que ele pode tentar costurar com o PSL (partido do presidente eleito, Jair Bolsonaro), com outros partidos, mas ele não vai ter a mesma base que o Alckmin tinha”. Para Fiorilo, Doria vai repetir a estratégia que utilizou como prefeito de São Paulo, buscando compor a maioria por meio de cargos e espaços no governo.

Fiorilo comentou que Doria foi eleito com propostas completamente diferentes das propostas em governos anteriores dos tucanos ao longo desses 24 anos que estão à frente do executivo paulista. “Portanto, não temos muita clareza de como vai ser o governo Doria. O que a gente sabe é o que foi o Doria na prefeitura de São Paulo. Ele fez muita fake news. Ele foi totalmente marqueteiro. Ele criou vários programas que não saíram do papel, disse que ia fazer a privatização dos bens da prefeitura, mas não conseguiu colocar um projeto em pé”.

“E agora se elege colado nas políticas do Bolsonaro e com uma crítica dura ao PT. Nós conhecemos o Doria de São Paulo e, portanto, a oposição será dura, consequente, mas muito dura, principalmente frente à retirada de direitos dos trabalhadores”, argumentou ainda Fiorilo.

“Como prefeito, ele retirou 710 mil crianças de um programa de leite. É inadmissível que isso se repita no estado. Ele parou obras de 14 CEUs, hospitais, queria fechar 108 AMAs, que são unidades de saúde. Nós vamos ter uma fiscalização muito dura, e, óbvio, vamos acompanhar muito de perto os passos do governador”, defendeu.

“Aliás, ele já cometeu alguns erros: anunciou coisas que já ocorrem no governo do estado. Ele vai continuar com a ideia de marketing, porque ele tem um projeto, que foi adiado, o Alckmin não deixou ele ser candidato a presidente. Ele vai ser governador com um único objetivo: tentar se viabilizar como presidente da República”, afirmou.

O deputado disse que a oposição realizar um acompanhamento de perto na execução do orçamento e também no caso das políticas públicas, como na moradia, saúde, educação, segurança e transporte, áreas em que o governo ao longo desses 24 anos tem deixado a desejar.