Bolsonarismo

Depoimento de Carla Zambelli à Polícia Federal é adiado

O advogado da parlamentar bolsonarista alegou que a defesa não teve acesso ao processo que investiga ações de invasão de conta do ministro Alexandre de Moraes

Reprodução/TV Câmara
Reprodução/TV Câmara
"Eu acho que não participaria de uma piada de mau gosto com Alexandre de Moraes”, disse a deputada na semana passada

São Paulo – O depoimento da deputada federal Carla Zambelli (PL-SP), marcado para hoje (7), às 14 horas, em São Paulo, foi adiado pela Polícia Federal. Ainda não há nova data para a oitiva, no âmbito da investigação sobre a contratação do hacker Walter Delgatti Neto para invadir o sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e contas do ministro Alexandre de Moraes, do STF.

O advogado da deputada, Daniel Bialski, alegou que a defesa não teve acesso ao processo. “Enquanto advogado da deputada não fui intimado de qualquer disponibilização do processo, inclusive juntei um email trocado com o próprio ministro Alexandre de Moraes pedindo acesso. O ministro pode até ter despachado no dia 2 de agosto, mas a defesa não foi intimada em momento algum”, disse Bialski, segundo o g1.

Na sexta-feira (4) o advogado havia prometido que orientaria a deputada extremista a permanecer em silêncio se a defesa não recebesse os autos do inquérito até aquela data. Ele afirma que Zambelli quer falar.

Operação 3FA

Na quarta-feira passada (2), Zambelli foi alvo da  Operação 3FA da PF, quando  agentes estiveram no apartamento funcional da parlamentar e em seu gabinete, em Brasília. No mesmo dia, o hacker Delgatti, conhecido como “hacker de Araraquara”, foi preso.

Delgatti disse à PF que a deputada lhe pediu para invadir as urnas eletrônicas e que Bolsonaro lhe perguntou se seria possível invadir os computadores do sistema eleitoral brasileiro. Zambelli teria levado o homem a um encontro com o então presidente no Palácio do Alvorada.

Séria?

Em coletiva à imprensa, Zambelli disse ser “séria”, mas voltou a questionar a confiabilidade do sistema eleitoral, o que levou o próprio Jair Bolsonaro a ser declarado inelegível pelo TSE. “Eu sou uma deputada séria, eu sei do que é certo e do que é errado, e eu acho (sic) que não participaria de uma piada de mau gosto com Alexandre de Moraes”, declarou.

Depois, questionada por um jornalista, afirmou que “as nossas urnas eletrônicas não são auditáveis. Se você não vê nenhum motivo pra perguntar pra um hacker se a urna pode ser fraudada, eu não vou poder te responder”.

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