Gabinete do ódio

Pimenta desmente jornalista Lauro Jardim, que publicou notícia falsa sobre Janja

Com base na fake news, a bolsonarista Carla Zambelli chegou a acionar o MP contra a primeira-dama, porque ela teria conversado com ministro do STJ sobre a prisão do ex-jogador Robinho, condenado por estupro

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Lauro Jardim: notícia falsa na tentativa de inflar o ódio bolsonarista à primeira-dama

São Paulo – O ministro da Secretaria de Comunicação (Secom) da Presidência da República, Paulo Pimenta, desmentiu o colunista Lauro Jardim, do jornal O Globo, na noite dessa segunda-feira (1º) após a informação de que a primeira-dama Rosângela da Silva, a Janja, teria ligado para o relator do caso Robinho no Superior Tribunal de Justiça (STJ), Francisco Falcão, com o objetivo de “pressioná-lo” pela prisão do ex-atacante da Seleção Brasileira, julgado e condenado por estupro. 

“É uma grande mentira, covarde, para atacar alguém que não fez o que lhe acusaram. Fake News é crime. Hoje é o dia da mentira e os Bolsonaristas não falham. Se alimentam das mentiras, das fake news e da desinformação. ‘Surge’ uma falsa notícia de que @JanjaLula teria ligado para um ministro do STJ para tratar do caso do Robinho. Logo em seguida as redes do esgoto e seus seguidores adestrados passam a postar freneticamente essa mentira”, escreveu o titular da Secom na rede social X.

Por conta da fake news, a deputada federal bolsonarista Carla Zambelli (PL-SP) chegou a enviar ofício à Justiça contra a primeira-dama Janja. O objetivo da parlamentar era defender o ex-jogador condenado por estupro e acusar a primeira-dama por tráfico de influência. O colunista do jornal O Globo escreveu que Janja teria procurado o ministro para “pressioná-lo” mas descobriu que o ministro já tinha posição em defesa da prisão.

O STJ validou, em conformidade com a legislação brasileira, particularmente com o artigo 7° do Código Penal, a prisão de Robinho. Condenado na Itália a 9 anos de reclusão, após o trânsito em julgado do processo, coube à Justiça brasileira homologar a decisão do país amigo, analisar o processo, as provas, e executar a pena. As provas contra o condenado são irrefutáveis e não cabe mais recurso. Existem, inclusive, áudios do jogador confessando o ato.

Defesa do criminoso

A questão é que Robinho é bolsonarista. Então, conta com a simpatia dos apoiadores do ex-presidente inelegível. “Entramos no MPF (Ministério Público Federal) ontem, com notícia-crime e consequente requerimento de abertura de investigação contra Janja pela possibilidade dela ter incorrido nos crimes de coação no curso do processo e tráfico de influência”, disse Carla Zambelli.

Então, após a ação de Zambelli, diferentes sites e blogs ligados à extrema direita passaram a difundir com afinco a notícia falsa. Nas redes sociais, apoiadores do ex-presidente partiram para a defesa explícita do estuprador. “Janja mandou prender Robinho”, disse um usuário do X.

Efeito reverso em Janja

Embora bolsonaristas estivessem defendendo o estuprador, a reação nas redes sociais foi oposta. Muitos internautas defenderam Janja diante da falta de comprovação de que tivesser praticado o ato para influenciar a Justiça. “O Lauro Jardim (do O Globo) publicou que a Janja pressionou o relator para que Robinho fosse preso. A intenção do Lauro era de prejudicar a Janja, no entanto, ele a ajudou. Porque se isso for verdade darei milhares de parabéns para ela! Porque estuprador precisa ser preso mesmo”, ressaltou a internauta Roberta Bastos no X, antigo Twitter.

“A deputada bolsonarista, Carla Zambelli, acionou o Ministério Público para acusar a Janja de ter interferido na condenação do Robinho. Essa ação pode levar à anulação da prisão do estuprador bolsonarista. E essa gente ainda diz defender a família! Bolsonaristas apoiam estupro”, defendeu outro internauta, o escritor Vinicius Betiol.

Outros internautas questionaram a lisura da reportagem do jornal. “Qual sentido da imprensa tá divulgando sem provas ,q janja pressionou o relator do caso do estuprador Robinho para sua prisão? Esses jornalistinhas de quinta estão muito abusados,e é preciso provar oq divulgam sem provas”, disse Solange Alves.