Descontrolados

STF: democracia comporta manifestações pacíficas, mas impõe respeito às urnas

Ministro foi hostilizado em cidade do litoral catarinense. Decidiu se retirar quando a situação ameaçava “sair do controle”

Roberto Jayme/Ascom TSE
Roberto Jayme/Ascom TSE
'O desrespeito às instituições e às pessoas, assim como as ameaças de violência, não fazem bem a nenhuma causa e atrasam o país'

São Paulo – O ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF), foi hostilizado e sofreu ameaças durante passagem pela cidade de Porto Belo, no litoral norte de Santa Catarina, a 65 quilômetros de Florianópolis. E teve de deixar tanto o lugar onde jantava como a casa onde ficou hospedado. Segundo o relato, os protestos quase saíram do controle e por pouco não se tornaram violentos.

O episódio fez com o STF postasse um comentário, nesta sexta-feira (4), em sua página na internet. “A democracia comporta manifestações pacíficas de inconformismo, mas impõe a todos os cidadãos o respeito ao resultado das urnas. O desrespeito às instituições e às pessoas, assim como as ameaças de violência, não fazem bem a nenhuma causa e atrasam o país, que precisa de ordem e paz para progredir”, diz a nota.

De acordo com o relato do ministro, ele estava em Porto Belo, ontem (3), para compromisso pessoal. “Quando jantava com amigos em um restaurante, pessoas que participavam de bloqueios de estradas e que foram dispersadas iniciaram um protesto do lado de fora, e o ministro preferiu retirar-se para não causar transtornos aos demais clientes do local.”

Ameaças de violência a Barroso

Barroso retornou, então, para a casa onde estava hospedado. Mas a equipe de segurança constatou que um grupo de manifestantes identificou o local e passou a convocar mais pessoas para protestar, criando “ruído perturbador” para a vizinhança e fechando ruas próximas.

“A manifestação ameaçava fugir ao controle e tornar-se violenta, tendo a segurança aventado o uso de força policial para dispersar a aglomeração. Diante disso, o ministro, em respeito à vizinhança e para evitar confronto entre polícia e manifestantes, retirou-se do local”, diz a nota do STF. Barroso não chegou a ver os manifestantes. Assim, não houve proximidade física ou agressão. “Tampouco houve qualquer registro de dano patrimonial nos locais, que seja de conhecimento do ministro.”


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