Nakba final

Turquia sobe o tom contra Israel e pede julgamento por crimes de guerra

Israel desrespeita leis internacionais na sequência final do Nakba em Gaza. Parte da comunidade internacional pede reparação pelo genocídio

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Erdogan lembrou da ilegalidade das ações israelenses. Entre elas, ataques sistemáticos contra civis. Dos mais de 15 mil mortos, mais de 60% são mulheres e crianças

São Paulo – O presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, conversou hoje (28) com o secretário-geral das Nações Unidas, António Gutérres. Em pauta, o massacre de Israel contra palestinos na Faixa de Gaza. Erdogan subiu o tom contra o regime sionista israelense e pediu que o Tribunal Penal Internacional (TPI) julgue o governo do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu por crimes de guerra.

Erdogan lembrou da ilegalidade das ações israelenses. Entre elas, ataques sistemáticos contra civis. Dos mais de 15 mil mortos, mais de 60% são mulheres e crianças. Entre as ações questionáveis está o bombardeio de um hospital humanitário turco em Gaza. Hospitais, escolas e unidades humanitárias de instituições como ONU e Médicos sem Fronteiras são alvos prioritários de Israel.

Políticos sionistas não escondem os objetivos de tomar Gaza e acabar de vez com a Nakba na região. Nakba é o nome popular entre palestinos dos avanços militares contra civis na região desde a criação do Estado sionista em 1948. Então, a Turquia ressaltou que Israel cercou Gaza e mandou todos os civis deixarem a região. Contudo, impediu a saída deles por qualquer que seja a fronteira. Caracterizando, assim, um massacre iminente da totalidade dos árabes que ocupam há séculos a região.

Massacre de Israel

Diante disso, o regime de Erdogan, que comanda um país significativamente muçulmano, pede ações da comunidade internacional. “Temos expectativas da comunidade internacional em relação aos ataques ilegais de Israel, o acesso da ajuda humanitária ao enclave e os esforços para uma paz duradoura”, disse o presidente, de acordo com comunicado da agência internacional Reuters.

“Durante a chamada, o presidente Erdogan declarou que Israel continua atropelando descaradamente o direito internacional, as leis da guerra e o direito humanitário internacional, ao mesmo tempo que olha nos olhos da comunidade internacional, e deve ser responsabilizado pelos crimes que cometeu diante do direito internacional”, completa o comunicado. Erdogan já sinalizou que considera o Estado israelense como terrorista, por tocar ações totalmente avessas às leis internacionais e à ajuda humanitária.

Resgate de reféns

Os números do conflito entre os sionistas e o grupo armado Hamas dão conta de mais de 15 mil palestinos mortos, maioria civis, e 1.200 israelenses vítimas do atentado do dia 8 de outubro. Após a repecursão negativa dos ataques incansáveis de Israel que, inclusive, mataram reféns do próprio país no primeiro mês, o regime sionista aceitou uma trégua de seis dias para trocar reféns.

Do lado do Hamas, foram cerca de 240. Do lado de Israel, são incontáveis. O Hamas, então, pediu a libertação de palestinos sequestrados em troca dos israelenses. Muitos dos libertados de Israel são jovens, sequestrados enquanto crianças e adolescentes por Israel, mantidos em prisões especiais, algo análogo a campos de concentração.

Hoje (28), o Hamas libertou 12 reféns israelenses, enquanto Israel liberou 30 civis palestinos. Segundo os militares israelenses, os reféns estão a caminho do Egito e depois serão levados para Israel. O Hamas tenta de qualquer forma encontrar estrangeiros em Gaza para negociar com Israel, sem qualquer paridade. Isso porque os palestinos precisam deste tempo para que a ajuda humanitária chegue à região. Falta tudo. Água, comida, combustível e energia, tudo controlado por Israel após investidas de décadas de massacre e segregação árabe.