"Desafortunadamente"

Jornalista e escritor Silvio Lancellotti morre em São Paulo aos 78 anos

Arquiteto que adotou o jornalismo como profissão tinha mais de 50 anos de trabalhos na TV, em jornais e revistas, além de ser também escritor

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Silvio Lancelotti começou na televisão em 1984 e teve passagens pelas principais emissoras de São Paulo, além apresentar cerca de 5 mil programas de culinária

São Paulo – Morreu nesta terça-feira (13), em São Paulo, o jornalista Silvio Lancellotti, aos 78 anos. Ele estava internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital São Paulo, localizado na capital paulista, após sofrer uma parada cardíaca, na semana passada. Desde então, não acordou mais. Seus familiares foram informados que o quadroera irreversível, e autorizaram que os aparelhos fossem desligados.

Paulista de São Vicente, no litoral de SP, Silvio Lancelotti nasceu no dia 16 de agosto de 1944. Ele se formou em arquitetura pela Universidade Presbiteriana Mackenzie.

“Jornalista por paixão”, participou da fundação da revista Veja, foi editor-chefe da IstoÉ e diretor de redação da revista Vogue. Também trabalhou nos jornais O Estado de S. Paulo e Folha de S.Paulo.

Mas foi na televisão que Sílvio ficou conhecido nacionalmente, com passagens. Ele se destacou como comentarista do Campeonato Italiano, ao lado do narrador Luciano do Valle, durante as manhãs de domingo na TV Bandeirantes, para onde foi levado por Luciano do Valle, nos anos 80. Na emissora, formou dupla famosa também com o narrador Silvio Luiz.

Assim, foi pela voz do comentarista que os brasileiros se encantaram com o Napoli de Diego Maradona, Careca e Alemão, e com o Milan de Van Basten, Frank Rijkaard e Rudd Gullit, entre outros supertimes da época naquele país.

Ao todo, foram 11 anos na emissora paulista. Mais tarde, foi para a Espn, onde passou dez anos, até 2012, para tocar uma coluna fixa no portal R7, sua última ocupação

Além disso, a gastronomia também era outra paixão do jornalista. Ao mesmo tempo em que fazia seus comentários como profundo conhecedor do futebol, apresentava aos espectadores algumas das melhores receitas da culinária italiana durante o intervalo dos jogos.

Como comentarista e jornalista de esportes, Silvio Lancellotti participou de oito edições da Copa do Mundo e seis dos Jogos Olímpicos. Chegou a entrevistar Maradona no ônibus da seleção argentina após a derrota para a Alemanha na final da edição de 1990. Foi também quem primeiro noticiou a morte de Ayrton Senna, em maio de 1994.

Do botão para as telas

Torcedor do Corinthians e da Juventus (ITA), o jornalista contou, em entrevista ao UOL, que o interesse pelo futebol internacional começou por acaso. “Meu filho jogava futebol de botão e ia com ele para encomendar os botões em uma fábrica na Mooca. A gente fazia campeonatos e ele gostava de narrar o jogo. Um dia, ele falou: ‘Pai, eu não sei os nomes dos caras’. Então comecei a assinar a La Gazzetta dello Sport“, até hoje o principal jornal esportivo da Itália.

Silvio escreveu mais de 20 livros entre culinária, romances e esportes. Sua obra mais conhecida, Honra ou Vendetta (Ed. L&PM), sobre a máfia siciliana, foi adaptada como novela pela Record.

Pelas redes sociais, jornalistas, personalidades do mundo da bola e torcedores lamentaram a morte do jornalista.

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