'gêmeos siameses'

Para Luciana Genro, nivelar oponentes não prejudica o debate político

Candidata começa a lançar seu programa de governo. Primeira parte trata de propostas sobre direitos LGBT e as demais devem sair nos próximos dias

Guilherme Prado

Para Luciana, diferença entre os outros candidatos se limita ao quanto beneficiam o grande capital

São Paulo – A candidata do Psol à presidência da República, Luciana Genro, discorda que nivelar os seus três principais adversários a definição de “gêmeos siameses” fortaleça o conceito antipolítico do “todos iguais”. “Ao contrário. Eu estou mostrando que eles são muito parecidos e eu represento uma proposta alternativa”, explicou. Para ela, a questão principal é demonstrar que o modelo econômico defendido por eles representa benefício ao grande capital e não à população.

“Eles têm um acordo, que é manter o atual tripé econômico: superávit primário, altas taxas de juros e câmbio flutuante. O que significa arrocho salarial, economia do dinheiro público para pagar juros da dívida e favorecer os banqueiros. Tudo em benefício do grande capital”, afirmou.

Luciana lançou ontem (3) a primeira parte de seu programa de governo, que versa sobre as pautas LGBT, dialogando com o ato de ontem em que ativistas da causa lançaram uma carta-compromisso aos presidenciáveis. Segundo a candidata, o lançamento só se deu agora – há um mês da eleição – porque a campanha estava debatendo as diretrizes programáticas – lançadas quando do registro da candidatura – com os diversos segmentos sociais que a apoiam. As demais partes serão lançadas ao longo das próximas semanas.

Para Luciana, isso não deve prejudicar a apresentação das propostas à sociedade, já que a campanha dependeria das redes sociais para isso, de qualquer forma. “A gente vai ter de contar com a boa vontade das pessoas de pesquisar na internet. As redes sociais vão ser fundamentais. Até porque, em 52 segundos de programa de TV não tem como apresentar um programa de governo”, afirmou.

Entre as propostas LGBT da candidata estão a aprovação de emenda constitucional para garantir o casamento civil igualitário – hoje a possibilidade de realizar União Civil e casamento é garantida por determinação do Conselho Nacional de Justiça (CNJ); a emenda tornará o direito irrevogável –; a criminalização da homofobia; a aprovação da lei de identidade de gênero – que permite a mudança de nome da pessoa transexual – e o combate a discriminação nas escolas, pelo programa (kit) Escola Sem Homofobia.

Os demais candidatos, Dilma Rousseff (PT), Marina Silva (PSB) e Aécio Neves (PSDB), não assumiram tais compromissos. Marina inclusive retirou as propostas que haviam sido incluídas em seu programa de governo. Dilma fez um aceno com a criminalização da homofobia, mas seu governo é considerado estagnado em direitos LGBT.