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Tarcísio é alvo de críticas após vetar psicólogos e assistentes sociais nas escolas

Para justificar o veto, governador alegou que já existe um programa para o setor. No entanto, o número desses profissionais é insuficiente para a demanda nas mais de 5 mil escolas no estado de São Paulo

Marco Galvão/Alesp
Marco Galvão/Alesp
Tarcísio de Freitas considera suficiente pouco mais de 300 profissionais para todas as escola do estado

São Paulo – O governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) voltou a ser alvo de críticas após vetar projeto que garante psicólogos e assistentes sociais nas escolas estaduais. De autoria dos deputados Paulo Fiorilo (PT) e Mônica Seixas (Psol), a proposta que havia sido aprovada na Assembleia Legislativa poderia reduzir os casos de crises de ansiedade, depressão, automutilação, falta de concentração, violência e até de suicídios nas escolas.

“Mais uma de Tarcísio Freitas! Depois de ondas de ataques em escolas e uma crescente de problemas de saúde mental, governador de São Paulo agora vetou projeto que contrataria psicólogos para atuar dentro das escolas da rede pública de educação”, disse a União Brasileira de Estudantes Secundaristas (Ubes), por meio de uma rede social.

O deputado federal Guilherme Boulos (Psol-SP) também criticou pelas redes sociais o que chamou de “absurdo”. “Tarcísio VETOU o projeto que garantiria contratação de psicólogos para as escolas estaduais, alegando que já existe um programa na área. Só faltou contar que o programa só tem 368 profissionais para atender milhares de alunos e professores em TODO o Estado”, escreveu.

Faltam dados sobre funcionamento do programa alegado por Tarcísio nas escolas

“O governador promete muito e entrega pouco. Contratar 550 psicólogos para dar conta de uma demanda de mais de 5 mil escolas da rede é total falta de compromisso com o tema. Nessa conta, cada psicólogo vai atender um contingente de 6.182 alunos. Se somarmos os servidores da educação a conta aumenta, serão 6.656 para cada profissional psicólogo. É um absurdo. Nosso projeto poderia garantir um atendimento multiprofissional com assistentes sociais e psicólogos de fato”, disse o deputado Paulo Fiorilo.

No inicio de seu governo, em meio ao aumento de ataques e ameaças às escolas, Tarcísio cancelou o contrato de assistência psicológica realizado de forma remota, prometendo ampliar a oferta do serviço. No entanto, passados oito meses, o governo apenas deu inicio à contratação de serviços de psicologia com capacidade para atender apenas 10% do total de alunos e professores da rede pública estadual.

A licitação para contratação dos profissionais de psicologia foi realizada apenas em 18 de julho. No dia 25 de agosto foram publicados no Diário Oficial os extratos dos contratos firmados via pregão eletrônico com a empresa Med Mais Soluções em Serviços Especiais. A vencedora da licitação deveria atender os 16 lotes de divisão das escolas públicas do Estado.

No entanto, segundo dados do sistema do governo estadual, até agora os R$ 17 milhões empenhados pelo governo do Estado para a ação de prevenção e proteção não apresentaram valores liquidados ou pagos.

Redação: Cida de Oliveira – Edição: Helder Lima