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Covas anuncia volta das aulas presenciais do ensino médio em São Paulo

Volta das aulas presenciais será opcional e válida a partir do dia 3 de novembro. De acordo com pesquisa de opinião, 81% dos pais são contrários ao retorno

CC.0 Commons
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Estudantes que retornarem deverão realizar uma prova para avaliação do aprendizado remoto

São Paulo – O prefeito de São Paulo, Bruno Covas (PSDB), anunciou nesta quinta-feira (22) a volta às aulas presenciais do ensino médio na capital paulista. Suspensas desde março por conta da pandemia de covid-19, a decisão passa a valer a partir do dia 3 de novembro. Serão afetados alunos das redes municipal, estadual e privada na capital. O retorno é facultativo.

“Essa autorização é voluntária para os pais, de acordo com a decisão em vigor do Conselho Nacional de Educação, e ela deve seguir os protocolos sanitários já estabelecidos”, disse o prefeito, em entrevista coletiva no início da tarde. O retorno dos alunos do ensino fundamental está previsto para 19 de novembro. Entretanto, será condicionado ao resultado do censo sorológico de professores e estudantes, em andamento.

Covas ainda anunciou que os estudantes que retornarem deverão realizar uma prova para avaliação do aprendizado remoto durante o período de isolamento social. A partir dos resultados, de acordo com o prefeito, deverão ser definidas aulas de reforço, caso seja constatado déficit em relação aos conteúdos.

Testes

Durante a coletiva, foi divulgado um primeiro censo sorológico de covid-19 com professores, alunos e trabalhadores da rede municipal. De 65.400 pessoas testadas em outubro, 13,2% já tiveram a doença. A maioria estudantes, que sequer apresentaram sintomas.

Estes testes também foram importantes para definir quais professores regressarão primeiro ao trabalho presencial. “Vamos chamar para voltar para a sala de aula os professores que já estão imunizados de acordo com o censo”, disse Covas. O objetivo agora é testar até 120 mil professores e 675 mil alunos.

A volta às aulas presenciais do ensino superior já foram autorizadas desde o dia 7 de outubro, em conjunto com atividades extracurriculares de todos os níveis.

Controvérsias

Em pesquisa Ibope realizada entre os dias 13 e 15, 81% dos pais da capital afirmaram ser contrários ao retorno das aulas.

Os sindicatos de profissionais da educação são, majoritariamente, contrários ao retorno. O Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (Apeoesp) aprovou, em assembleia realizada no último sábado (17) estado de greve em virtude do retorno anunciado pelo governo Doria. O debate na entidade ouviu ainda movimentos sociais de estudantes, como a UNE, e demais sindicatos ligados à CUT. “Levando em conta que o governo não investiu na estrutura das unidades escolares, a Assembleia Popular Regionalizada decidiu que não haverá retorno das aulas presenciais em 2020”, afirmam. “Caso o governo imponha a volta às aulas, greve geral com suspensão de todas as atividades”, completam.