Taxa de desemprego sobe em março, mas é a menor para o mês desde 1998

Para o Seade e o Dieese, comportamento do mercado de trabalho foi típico para o período; economia continua mostrando sinais de recuperação

São Paulo – A taxa média de desemprego nas seis regiões metropolitanas pesquisadas pela Fundação Seade e pelo Dieese aumentou para 13,7% em março, ante 13% no mês anterior, mas além de esperado o resultado foi o menor para o mês desde 1998, a exemplo do que já ocorrera em janeiro e fevereiro. Essa situação se repetiu em São Paulo, onde a taxa passou de 12,2% para 13,1%, também em comportamento típico para o período. E a taxa de São Paulo foi a menor para o mês desde 1991. Nas comparações anuais, o mercado de trabalho continua mostrando sinais de recuperação. A análise é de que as perspectivas continuam positivas para o ano, com o crescimento da economia e do emprego sustentado, basicamente, pelo mercado interno.

O nível de ocupação, por exemplo, que recuou 0,8% de fevereiro para março nas seis regiões (137 mil vagas a menos), cresceu na comparação anual pelo sexto mês seguido. Em relação a março de 2009, a alta é de 3,5%, o correspondente a 591 mil empregos a mais. Desse total, 256 mil vagas foram abertas no setor de serviços (crescimento de 2,8%), 146 mil no comércio (5,5%), 115 mil na construção (11,6%) e 112 mil na indústria (4,4%).

O coordenador de análise do Seade, Alexandre Loloian, lembrou que em março o comportamento típico das empresas ainda não é o de contratar. “Elas ainda estão fazendo o seu planejamento”, observou.

Ele destacou a recuperação da indústria, setor mais atingido pela crise. Na Grande São Paulo, o setor ficou praticamente estável de fevereiro para março (alta de 0,7%, ou 12 mil vagas a mais) e cresceu 4,9% ante março de 2009, com 81 mil empregos criados. O destaque foi o setor metal-mecânico, o que segundo Loloian é sinal de retomada de investimentos. Nas seis regiões, o emprego industrial cresceu 1,2% no mês (31 mil vagas a mais) e 4,4% em 12 meses (112 mil).

De fevereiro para março, o destaque negativo foi o setor de serviços, que eliminou 115 mil vagas (-1,2%). “Em todas as regiões, serviços apresentou redução”, disse Patrícia Costa, técnica do Dieese.

De acordo com a pesquisa, as seis regiões têm hoje 20,190 milhões de pessoas no mercado de trabalho (população economicamente ativa), sendo 17,423 milhões de ocupados e 2,767 milhões de desempregados (149 mil a mais do que em fevereiro e 228 mil a menos do que em março do ano passado).

Entre as demais regiões, a taxa passou de 14,1% para 14,7% no Distrito Federal, de 9,7% para 10,2% em Belo Horizonte, de 9,6% para 9,8% em Porto Alegre, de 19,0% para 19,3% em Recife e de 18,8% para 19,9% em Salvador. Na comparação com março de 2009, quase todas as taxas caíram, com exceção de Belo Horizonte, que ficou estável. A taxa média de março do ano passado foi de 15,1%, ante os 13,7% atuais.

Já o rendimento médio real dos ocupados, estimado em R$ 1.274, ficou praticamente estável de janeiro para fevereiro (-0,1%) e subiu 0,4% na comparação anual.  

Em São Paulo, o tempo médio de procura de emprego caiu de 38 semanas, em fevereiro, para 35 semanas.