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Petrobras desiste de vender a refinaria Lubnor, no Ceará. Petroleiros comemoram

Venda para a Grepar, por US$ 34 milhões, não foi concretizada devido ao descumprimento de condições previstas em contrato. Para sindicato, privatização iria encarecer obras públicas

Divulgação/Petrobras
Divulgação/Petrobras
A Lubnor tem capacidade de processar 8.200 barris/dia. É uma das líderes nacionais em produção de asfalto e a única unidade de refino no país a produzir lubrificantes sofisticados

São Paulo – A Petrobras divulgou na manhã desta segunda-feira (27) comunicado ao mercado informando rescisão do contrato de venda da refinaria Lubrificantes e Derivados de Petróleo do Nordeste (Lubnor) e ativos logísticos associados. De acordo com o texto, o motivo foi a ausência de cumprimento de condições previstas no contrato até o prazo final, no último sábado (25). Isso “em que pesem os melhores esforços empreendidos pela Petrobras para conclusão da transação”.

Ainda segundo o comunicado, a empresa “reforça o seu compromisso com a continuidade operacional” da refinaria, “com a confiabilidade e disponibilidade de suas unidades e zelando pela segurança e respeito ao meio ambiente e às pessoas”. Instalada em Fortaleza, a Lubnor tem capacidade de processamento autorizada de 8.200 barris/dia. É uma das líderes nacionais em produção de asfalto, “e a única unidade de refino no país a produzir lubrificantes naftênicos”.

Protesto contra a negociação

A venda da Lubnor para a Grepar Participações, por US$ 34 milhões, foi anunciada em maio do ano passado. Houve protestos entre os trabalhadores e polêmica judicial com a prefeitura de Fortaleza, dona de 30% do terreno. A Grepar ainda não se manifestou.

A Federação Única dos Petroleiros (FUP) comemorou a decisão. Durante três anos, lembrou a entidade, o Sindipetro local fez dezenas de atos, além de promover a primeira greve da categoria no terceiro mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Também foram realizadas audiências públicas na Câmara de Fortaleza e na Assembleia Legislativa.

“A privatização teria implicado em encarecimento das obras públicas, bem como representado uma ameaça à produção nacional de óleos lubrificantes sofisticados, exclusivos dessa refinaria”, afirma o sindicato.