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Economistas preveem PIB maior em 2014

De acordo com o economista Luiz Gonzaga Belluzzo, a recente desvalorização cambial favorecerá o dinamismo da economia brasileira. Ele prevê que o crescimento superará os 2,3% atingidos em 2013

André Luy/CartaCapital

O ex-ministro da Fazenda Delfim Netto disse que o Brasil deve ter um “estado forte, capaz de controlar os mercados”

São Paulo – O economista Luiz Gonzaga Belluzzo afirmou hoje (18) que o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro deve crescer neste ano mais do que os 2,3% de 2013. Ele justificou o que chamou de déficit de dinamismo da economia nacional a um longo período de valorização cambial, que começa a ser revertido. Em sua participação no “Fórum Brasil: Desafios para o Futuro”, organizado pela revista CartaCapital em São Paulo, Belluzzo disse que a recente desvalorização do real frente ao dólar mostra-se positiva em setores industriais mais sensíveis. “Ainda que haja períodos pouco favoráveis ao nível de atividade industrial, como a Copa do Mundo e as eleições, consideradas épocas mortas, a economia seguirá em crescimento”, diz.

Para Belluzzo, o baixo dinamismo da economia resulta do tímido desempenho da indústria brasileira nos últimos 30 anos. “A política econômica não foi adequada para um momento como esse, e quem pagou o pato foi a indústria. Nós mantivemos o real valorizado porque auferimos os benefícios de um mercado de commodities muito aquecido. Isso trouxe capitais que ajudaram a valorizar o câmbio”, disse em entrevista à TV Carta.

Produção e distribuição de renda é a fórmula apontada pelo ex-ministro da Ciência e Tecnologia Roberto Amaral para a retomada do crescimento. “Estamos nos transformando em um país agroexportador e não podemos pensar em inovação sem retomarmos o crescimento e o processo de industrialização. Através disso iremos retomar o desenvolvimento”, apostou Roberto Amaral.

A opinião é reforçada pelo ex-ministro Delfim Netto (Fazenda e Agricultura). Ele também defende maior participação do país na economia mundial, com um estado forte e capaz de controlar os mercados. “Nós vamos ter de repensar nossa economia. Temos de aumentar participação na economia mundial”, alertou. “Não há nenhuma tragédia iminente. Temos relação dívida bruta/PIB de 60%, isso há dez anos.”