"Prévia"

Despesa escolar pressiona inflação em fevereiro, mas índice acumulado mantém estabilidade

Segundo o IBGE, todos os cursos tiveram aumento neste mês. Preços dos alimentos subiram menos. Em 12 meses, IPCA-15 soma 4,49%

Tomaz Silva/Agência Brasil
Tomaz Silva/Agência Brasil
IBGE apurou altas em todos os cursos, principalmente no ensino médio e fundamental

São Paulo – O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), “prévia” da inflação oficial, foi a 0,78% em fevereiro, bem acima do mês anterior (0,31%). Mas em linha com o resultado de igual mês do ano passado, devido à pressão de despesas escolares, como costuma ocorrer neste período. Agora, o índice soma 1,09% no ano e 4,49% em 12 meses. Os dados foram divulgados na manhã desta terça-feira (27) pelo IBGE.

Entre os nove grupos que compõem o indicador, a maior variação (5,07%) veio justamente de Educação. Apenas esse grupo representou impacto de 0,30 ponto percentual neste mês. Só o item “cursos regulares” subiu 6,13%, com 0,27 ponto de impacto. “As maiores variações vieram do ensino médio (8,58%), do ensino fundamental (8,23%), da pré-escola (8,14%) e da creche (5,91%). Curso técnico (6,01%), Ensino superior (3,74%) e pós-graduação (2,81%) também tiveram altas”, informa o IBGE.

Alimentos sobem menos

Já no grupo Alimentação e Bebidas –0,97% de alta, menos que em janeiro (1,53%), e 0,20 ponto de impacto –, a alimentação no domicílio subiu 1,16%. Segundo o instituto, entre os itens que contribuíram para esse resultado estão a cenoura (36,21%), batata inglesa (22,58%), feijão carioca (7,21%), arroz (5,85%) e frutas (2,24%). Ao mesmo tempo, a alimentação fora do domicílio passou de 0,24% para 0,48%. Tanto a refeição (0,35%) como o lanche (0,79%) subiram mais do que no mês anterior.

Por sua vez, em Saúde e cuidados pessoais (0,76% e 0,10 ponto), a principal influência destacada pelo IBGE foi a dos planos de saúde: 0,77%. Em seguida, produtos farmacêuticos (0,61%) e itens de higiene pessoal (0,70%), como produto para pele (1,67%) e perfume (1,34%).

Gás diminui, combustíveis aumentam

No caso do grupo Habitação (0,14% no), a taxa de água e esgoto subiu 0,27%, com reajuste em Belo Horizonte. Já o gás encanado caiu 0,90%, em média, refletindo reduções tarifárias no Rio de Janeiro e Curitiba.

Em Transportes (0,15%), fevereiro teve queda na passagem aérea (-10,65% e -0,10 ponto). Por outro lado, os combustíveis subiram 0,77%, com altas do gás veicular (3,83%), da gasolina (0,84%) e do etanol (0,32%). O óleo diesel teve queda (-0,32%) registrou queda. O táxi aumentou 0,98%, após reajustes no Rio, em Salvador e em Belo Horizonte. O ônibus urbano variou 2,14%, depois de reajuste em BH e São Paulo.

“Ainda em São Paulo, houve reajuste de 13,64% nas tarifas de trem (6,84%) e metrô (6,84%) a partir de 1º de janeiro”, acrescenta o IBGE. Por causa disso, a integração subiu 6,90%. No Rio, houve redução na tarifa de trem.

TV a cabo

Em Comunicação (1,67%), o resultado teve influência das altas da TV por assinatura (4,02%) e do combo telefonia, internet e TV por assinatura (3,29%). O único grupo com queda neste mês foi Vestuário: variação de -0,39% e impacto de -0,02 ponto no índice geral.

Entre as áreas pesquisadas, o IPCA-15 variou de 0,11% (Porto Alegre) a 1,07% (Goiânia). Em 12 meses, a “prévia” da inflação vai a 3,46% (Recife) a 5,19% (Belo Horizonte). Na Grande São Paulo, soma 4,53%.

O IPCA e o INPC deste mês serão divulgados em 12 de março.

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