São Paulo – A Ocupação Manoel de Barros homenageia o poeta da escrita simples, que engrandeceu a miudeza e revelou o fundamental na vida. A trajetória do escritor, que construiu uma obra na qual o desimportante importa, é homenageada numa exposição, em São Paulo, no Itaú Cultural.

O acervo apresenta mais de cem itens do autor, morto em 2014. A ocupação tem anotações, fotos e os cadernos. Ao todo, são sete caderninhos, onde as poesias eram escritas – grande parte feita em materiais que ele reaproveitava, como restos de papel sulfite, pedaços de cartolina e cartões postais. Eles trazem, em caligrafia miúda, desenhos, versos solitários ou reflexões sobre suas leituras de autores como o padre Antônio Vieira, Heidegger e Walter Benjamin.

Tânia Rodrigues, curadora da exposição, diz que livros de Manoel foram distribuídos por prateleiras no espaço expositivo, para quem quiser poder conhecê-los ou relê-los. “Você lê um poema e consegue ver as coisas que ele descreve: o vento, a nuvem e a água, que se tornam coisas animadas, com vida”, afirma à TVT.

A exposição também conta com depoimentos de pessoas próximas ao poeta. Em um dos vídeos exibidos, a atriz Cássia Kiss relembra a importância de Manoel. “Ele chegou no melhor lugar do homem, que é o de não julgar. Ao mesmo tempo que tudo tem importância, tudo também não tem importância. As vezes a gente dá um peso para algumas coisas, mas a beleza da vida está numa formiga. Ele traz isso pra gente”, disse.

Em cartaz até 7 de abril, a exposição é um convite para um passeio pelos bastidores de uma obra tão particular sobre a vida do jovem advogado que decidiu viver de poesia. 

O Itaú Cultural fica localizado na Avenida Paulista, 149, no centro da capital. A exposição é de terça-feira a sexta-feira, das 9h às 20h. Aos sábados, domingos e feriados, abre das 11h às 20h. A entrada é gratuita. 

Assista à reportagem do Bom Para Todos, da TVT