Em São Paulo

Manifestação pede reabertura do Hospital Sorocabana, fechado desde 2010

Moradores da zona oeste reivindicaram, neste sábado (7), a municipalização do equipamento para viabilizar a reforma e a reabertura do local, que pode abrigar cerca de 150 leitos hospitalares de maior complexidade

Toni Zagato//CPM Lapa
Toni Zagato//CPM Lapa
Municipalização é fundamental para o andamento dos processos de reforma e reativação do Hospital Sorocabana, localizado na Lapa, zona oeste de São Paulo

São Paulo – Moradores da região da Lapa, na zona oeste da capital paulista, protestaram neste sábado (7) pela reabertura do Hospital Sorocabana, fechado desde 2010. Com palavras de ordem como “reabrir como hospital não é favor”, a população cobrou do prefeito Ricardo Nunes (MDB) que efetive o processo de municipalização do equipamento. 

Em acordo com os vereadores, os moradores da região conquistaram verba orçamentária de R$ 30 milhões, montante que deveria ser destinado para a realização da reforma de cinco andares do edifício. Mas, conforme explica a integrante do Comitê em Defesa do Hospital Sorocabana Silvia Tommazini, em entrevista ao repórter Rodrigo Gomes, da Rádio Brasil Atual, a municipalização é fundamental para o andamento dos processos de reativação da unidade de saúde. 

“Sem a municipalização, não pode ser usada nenhuma verba do Tesouro municipal. Portanto, a primeira condição para que a gente reforme e reabra o hospital é exigir do prefeito a promessa que ele fez para a população. Estamos fazendo esse ato para lembrá-lo desse compromisso de municipalização e vigiar o uso das verbas que serão destinadas”, destaca.

 População desassistida

O Comitê de Defesa teme que a verba tenha o mesmo fim dos R$ 42 milhões que o Conselho Participativo da Subprefeitura da Lapa destinou ao Hospital Sorocabana na proposta orçamentária de 2020. O montante “sumiu” da Lei Orçamentária aprovada na Câmara Municipal, sem qualquer justificativa. Em 2016, o governo estadual realizou uma cessão precária do espaço do hospital, que permite o funcionamento de uma unidade AMA, uma unidade Hora Certa e um Centro Especializado em Reabilitação, no térreo e no mezanino.

Segundo Silvia, os outros cinco andares poderiam abrigar, aproximadamente, 150 leitos hospitalares de maior complexidade. Hoje, não há nenhum hospital público desse porte para atender os cerca de 350 mil habitantes do bairro, como mostra a reportagem. “A região está sem leitos SUS. Quando você adoece e vai para o Ama Sorocabana e precisa de internação, eles encaminham para Pirituba. O Hospital de Pirituba já está sobrecarregado, não dá conta sequer da região deles. É um contrassenso termos um equipamento desse porte, estruturalmente apto a receber uma reforma e ser colocado de novo em uso, e sermos direcionados para Pirituba”, contesta. 

100% SUS

De acordo com o conselheiro Municipal de Saúde Rubens Alves, a situação do Hospital Sorocabana depende apenas de acertos jurídicos para ser solucionada. “A Procuradoria-Geral do Estado de São Paulo e do Município estão trabalhando na oficialização da transferência e da municipalização”, afirma. 

Além da municipalização, os moradores também reivindicam que a gestão do Hospital Sorocabana seja 100% realizada pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Eles cobram a contratação de profissionais concursados e sem a participação de organizações sociais de saúde. A Rádio Brasil Atual questionou a gestão de Nunes sobre a municipalização do equipamento, mas não obteve resposta. 

Confira a reportagem