Dez mil pessoas chegam para a 6ª Conferência da Cidade de São Paulo

Casa cheia

São Paulo – Perto de 10 mil pessoas já se credenciaram para participar da etapa municipal da Conferência da Cidade de São Paulo, entre hoje e amanhã (31 e 1º). Filas formam-se do lado de fora do Centro de Convenções do Anhembi, na zona norte da cidade.

A presença superou as expectativas da prefeitura de São Paulo, que providenciou apenas 2.300 quites de alimentação. Diante do lotação acima do esperado, no entanto, o lanche não foi servido. Organizadores afirmam que mais alimentação estaria sendo providenciada.

Em função dos problemas, as mesas de discussão em grupos, previstas para as 13h, começaram com duas horas e meia de atraso.

“Já houve o comprometimento do evento”, afirma Nelson Souza Cruz, da União de Moradia. Segundo ele, a disputa entre diferentes movimentos de moradia, principais organizações presentes, causou a lotação. Mas ele vê como positiva a grande mobilização. “Deu errado para o governo, para os movimentos está dando muito certo. É importante que as pessoas participem”, afirma.

Para ele, a disputa pelo espaço político de duas grandes entidades que organizam o movimento de moradia, União Nacional de Moradia e o Movimento Unidos pela Habitação (Muhab), foi responsável pela grande mobilização. “É uma disputa pela cidade mesmo”, afirma.

Antônio Pedro Souza, do Muhab, que participou da organização do evento, afirma que a proposta de se fazer um pré-cadastramento dos participantes por meio eletrônico não foi aceita e que há outros problemas. “Nós aceitamos que a Conferência fosse aqui porque a prefeitura se comprometeu a colocar ônibus para trazer as pessoas. E isso não aconteceu. Elas tiveram que vir andando do Terminal Tietê”. Ele garante que já havia a informação de que mais de 7 mil pessoas compareceriam. Apenas seu movimento, garante, mobilizou 2,5 mil pessoas.

Muitos pessoas depois de se credenciarem vão embora. “Agora,só amanhã”, afirma Leia Oliveira, moradora do Ipiranga. Ela, como a maioria dos presentes, quer uma moradia e conta que há dois anos participa de reuniões dos Sem Teto do Ipiranga. “A luta é essa. Conseguir um cantinho para morar.”

As atividades devem se estender até a noite e recomeçar amanhã, às 7h. Além de debater teses sobre um sistema nacional de reforma urbana para a cidade, a conferência municipal é preparatória para a estadual e nacional. Um texto representando os anseios da cidade será aprovado e delegados para as próximas etapas serão eleitos.

Leia também

Últimas notícias