São Paulo – Uma mesa farta na noite dia 24 de dezembro não é a realidade de grande parte da população brasileira. Para levar um natal digno e feliz a essas pessoas, as cozinhas solidárias do Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto (MTST) vão realizar ceias comunitárias neste fim de ano. As refeições serão servidas nas 31 unidades das cozinhas presentes nas periferias dos estados de Roraima, Ceará, Pernambuco, Alagoas, Bahia, Sergipe, Goiás, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, São Paulo e no Distrito Federal. 

Além das ceias, a campanha Natal Solidário também vai distribuir cestas básicas às famílias que vivem em maior situação de vulnerabilidade social. No ano passado, a iniciativa alimentou 3 mil pessoas no Natal. Mas, para este ano, o MTST pretende dobrar o número, como comenta a coordenadora nacional do movimento e do projeto Cozinha Solidárias, Ana Paula Perles Ribeiro. Para que isso seja possível, a meta, de acordo com ela, é de arrecadar R$ 230 mil. 

“Porque nessa quantidade da meta que está colocada é que vamos conseguir custear todas as 31 cozinhas, agora na reta final, com a ceia. A ideia é atingir atingir cerca de 6 mil pessoas, que são as que frequentam as cozinhas diariamente. Estamos nos organizando para entregar presentes para as crianças também e, se possível, a gente conseguir entregar uma mini cesta básica”, explica Ana Paula. 

O que são as cozinhas solidárias

De acordo com a coordenadora, as cozinheiras e cozinheiros, que se dedicaram ao longo do ano, devem ter um recesso de 20 dias. E o intuito é que as cestas apoiem as famílias nesse período em que as cozinhas ficarão fechadas. “A ideia é que a gente pare 20 dias e nesse período elas consigam ter uma contribuição, que é pequena, mas que ajuda elas a se alimentarem nesses 20 dias que vamos ficar com as cozinhas fechadas. Queremos fazer tudo isso até o dia 20, que será o dia da ceia”.

Não é só no natal que as Cozinhas Solidárias do MTST alimentam as famílias brasileiras. Criado em março de 2021, com a proposta de combater a fome e a carestia, o projeto entrega almoço grátis para milhares de pessoas diariamente. São servidas mais de 6 mil marmitas todos os dias e 130 mil refeições por mês. Em quase dois anos, mais de mil toneladas de alimentos já foram distribuídas. 

• Cozinhas solidárias do MTST combatem a fome nas periferias em meio à pandemia

Como doar 

Além do combate à fome, o projeto também é um importante articulador do trabalho de base. As unidades oferecem oficinas, rodas de conversa, curso de alfabetização para adultos e escolas para crianças. “Daqui dois meses fazemos dois anos de completo sucesso, tanto de apoio, quanto de arrecadação, de adesão das famílias e de solidariedade que tem em torno desse projeto. O ruim é o motivo dele. Desde 2017 vemos a fome e a miséria aumentando. E o projeto surge muito por conta dessa miséria crescente e da pandemia (de covid-19), que todo mundo viu ai generalizado o aumento da fome e da miséria”, comenta Ana Paula.

A ceia de natal, contudo, é considerada também importante pelo movimento para celebrar com as “famílias que fizeram dar certo, participaram das oficinas, das atividades que foram oferecidas pela cozinha e também se disponibilizaram a ser voluntários. E se a cozinha solidária for uma política pública estruturante de combate à fome, não teremos essas 33 milhões de pessoas que a gente vê hoje voltando para o Mapa da Fome“, destaca a coordenadora do MTST. 

As doações para a campanha Natal Solidário podem ser feitas em qualquer valor neste link aqui. Mais informações também estão disponíveis nas redes sociais do MTST. 

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