Cooperação entre governos federal e paulista em segurança começa na próxima semana

Após nova reunião com governador Geraldo Alckmin, ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, anuncia liberação de R$ 60 milhões para integração das forças de segurança

Cardozo e Alckmin firmaram o acordo de cooperação que visa a combater a onda de violência no estado (Foto: Fabio Braga. Folhapress)

São Paulo – Os governos federal e paulista anunciaram hoje (12) que a cooperação prática contra a violência no estado terá início na próxima semana com uma série de medidas para promover a contenção de fatores associados à criminalidade. O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, e o governador Geraldo Alckmin (PSDB) realizaram a segunda reunião para tentar dar fim à onda de assassinatos que passou a assolar o estado este ano, e assinaram formalmente os termos da cooperação iniciada na última semana.

Em entrevista coletiva, Cardozo avaliou que as ações que serão colocadas em prática na próxima semana atacam os “pontos nevrálgicos” dos casos de violência, com o patrulhamento das fronteiras e das regiões-chave do território paulista para evitar os tráficos de drogas e de armas. “Haverá reunião hoje e amanhã. Acreditamos que na segunda-feira (19) teremos a primeira reunião de trabalho nessa área”, disse. “As ações de inteligência mapeiam e levam a ações. Estamos trabalhando de forma aceleradíssima. Vamos sempre agir da forma mais rápida possível para atacar organizações, mas não posso prever uma data. Apenas muito trabalho e uma atuação integrada das polícias.”

O governo federal anunciou ainda que vai investir R$ 60 milhões na criação de um centro de comando e controle integrado das polícias e das forças de segurança. A ideia é que se possa fazer uma gestão compartilhada dos dados mais importantes a respeito do deslocamento dos grupos criminosos, garantindo um combate mais rápido. Por enquanto, o governador Alckmin não definiu o valor de sua contrapartida.

Durante a reunião no Palácio dos Bandeirantes foi assinado formalmente o pacto de cooperação, que passou a contar com a participação do Tribunal de Justiça e da Procuradoria do Estado. A ideia é ter um trabalho conjunto na área de inteligência, inclusive com a elaboração de relatórios que passarão a orientar a ação das polícias Civil e Militar paulista.

Os dois lados ressaltaram que será mantido sigilo sobre a transferência de presos e os dados de investigações. Na última semana, porém, soube-se que Francisco Antônio Cesário da Silva, conhecido como Piauí, e acusado de ser um dos chefes do Primeiro Comando da Capital (PCC), foi transferido para o presídio nacional de segurança máxima sediado em Porto Velho, capital de Rondônia.