Solidariedade

Combate à fome: PAA destina 63 toneladas de alimentos para cozinha solidária em São Paulo

Parceria entre governo e movimentos vai garantir atendimento a 770 famílias vulneráveis com produtos vindos de cooperativa

Conab/Divulgação
Conab/Divulgação
Neste primeiro sábado, foram distribuídos 1.300 quilos de alimentos

São Paulo – O Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) vai garantir a compra e distribuição de 63,48 toneladas de produtos saudáveis para população em situação de vulnerabilidade em São Paulo e fortalecer ações de combate à fome. O resultado da parceria entre governos e entidades da sociedade começou no último sábado (24), no Sacolão Popular Irmão Pedro de Betancur, na Mooca, zona leste da capital. Foi a primeira entrega de produtos vindos do PAA para atender a cozinha solidária.

Assim, segundo o Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome (MDS) e a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), nessa primeira ação foram entregue 1.322 quilos de alimentos – banana, feijão, mandioca e outros. Esses alimentos foram adquiridos da Cooperativa Mista de Produção Comercialização e Serviços da Terra.

Alimentação saudável da reforma agrária

“As iniciativas buscam tornar acessível a alimentação saudável produzida pelas famílias agricultoras dos assentamentos e acampamentos da reforma agrária popular às populações vulnerabilizadas que vivem na periferia da capital paulista”, diz o MDS. Assim, o projeto, aprovado no ano passado, vai atender 770 pessoas em situação de insegurança alimentar e nutricional. O governo desembolsa R$ 495 mil em recursos para comprar alimentos de 33 famílias agricultoras.

“Esta ação governamental integrada às organizações sociais é fundamental para garantir comida na mesa de quem mais precisa: isso é segurança alimentar”, afirmou a secretária nacional de Segurança Alimentar e Nutricional do MDS, Lilian Rahal. “Além disso, com o mesmo recurso aplicado, o governo compra da agricultura familiar, gerando renda para quem produz alimentos de qualidade no nosso país.”

Gratuita e de qualidade

Criado com o novo PAA, o Programa Nacional de Cozinhas Solidárias “visa garantir segurança alimentar nos centros urbanos ao fornecer alimentação gratuita e de qualidade à população vulnerável, sobretudo a população em situação de rua e de insegurança alimentar”. Também participaram do ato, entre outros, o padre Júlio Lancellotti (Pastoral do Povo da Rua), o ministro do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar, Paulo Teixeira, e o diretor da Conab Sílvio Porto.

Além disso, o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra pretende levar o modelo a outras áreas da cidade e do país. “A ideia original é nós fazermos dezenas de espaços como este, principalmente em lugares mais distantes do centro da cidade de São Paulo e também do interior. Para vincular a produção dos assentamentos, pequenos agricultores, quilombolas, indígenas com o combate à fome, à miséria e à desnutrição”, afirmou Gilmar Mauro, da coordenação nacional do MST, ao Brasil de Fato.

Espaço de acolhida

O sacolão será um “espaço de acolhida”, afirmou o padre Júlio à Agência Brasil. “Um espaço artesanal e que vai construir, junto com os ministérios e vários órgãos do governo federal, esse caminho de fazer chegar a alimentação (ao povo). Tudo aqui será feito para ter também a participação dos irmãos e das irmãs em situação de rua”, acrescentou.

Ele também contou a história do santo guatemalteco que dá nome ao sacolão. “São Pedro de Betancur caminhava com uma sacolinha, onde levava pão e alimentos. E também um sininho, que ia tocando pelas estradas para que o povo fosse até ele encontrar alimentação.”