baluarte do carnaval

Loja Dufry demite funcionários envolvidos em ato racista contra porta-bandeira da Portela

Vilma Nascimento sofreu abordagem no Aeroporto de Brasília, e foi homenageada em minidesfile da escola na madrugada deste domingo

Reprodução
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Vilma Nascimento esvazia a bolsa em vídeo registrado por sua filha

São Paulo – Após a porta-bandeira da Portela Vilma Nascimento ter sofrido uma abordagem racista no dia 21 de novembro, no aeroporto de Brasília, a loja Dufry Brasil informou neste sábado (2) que quatro funcionários foram demitidos. “Os colaboradores envolvidos no episódio não fazem mais parte dos nossos quadros por quebra dos protocolos da empresa”, informou a empresa em nota. O vídeo que mostra Vilma esvaziando a bolsa por determinação dos funcionários viralizou nas redes sociais e causou indignação.

A baluarte da Portela, de 85 anos, conhecida como Cisne da Passarela, voltava justamente de um evento relacionado ao Dia da Consciência Negra, 20 de novembro, na Câmara dos Deputados. Ela recebeu manifestações de solidariedade de autoridades e artistas, como Paulinho da Viola, Marisa Monte, a primeira-dama Janja Lula da Silva e a ministra Anielle Franco (Igualdade Racial), entre outros.

Dias depois do ato considerado racista, Paulinho da Viola, portelense histórico, publicou mensagem em suas redes sociais, afirmando que a “eterna porta-bandeira” Vilma foi vítima de um ato inaceitável (leia aqui). 

Na madrugada deste domingo (3), a Portela foi uma das escolas de samba que se apresentaram nos minidesfiles, realizados na Cidade do Samba, no Rio de Janeiro, como uma espécie de prévia do Carnaval e em homenagem ao Dia Nacional do Samba, em 2 de dezembro.

Minidesfile

Vilma Nascimento em desfile neste domingo na Cidade do Samba. Foto: Thiago Valladares/Rio Carnaval

Vilma Nascimento desfilou, foi homenageada e cercada por integrantes da agremiação de Oswaldo Cruz com balões vermelhos em forma de coração, que foram soltos à sua volta.

Curiosamente, o tema apresentado no minidesfile é Um Defeito de Cor, que será enredo da Portela em 2024, baseado no livro obra homônimo da autora Ana Maria Gonçalves. O romance refaz os caminhos de Luísa Mahin, mãe do abolicionista Luís Gama, que participou do levante de escravos na Bahia que ficou conhecido como Revolta dos Malês.

“História de uma mãe”

Um Defeito de Cor é a história da luta preta no Brasil incorporada em uma mulher que enfrentou os maiores desafios imagináveis para continuar viva e preservar suas heranças e raízes. A história de uma mãe, heroína, filha de África, que pariu a liberdade dessa nação. É uma honra imensa contar essa história e imaginar esse reencontro de Luísa com Luís Gama”, explicou ao site da Liesa o carnavalesco Antônio Gonzaga, que assina o desfile com André Rodrigues.