contra o desastre ambiental

Ativistas do Vale do Paraíba preparam pauta de reivindicações para a COP 26

Avaliação é que o Brasil corre o risco de ter imagem ainda mais ‘combalida’ na Conferência sobre Mudanças Climáticas se não houver revisão de suas estratégias

Mídia Ninja
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É preciso manter o aumento da temperatura média global em 1,5 °C, e mobilizar os recursos econômicos necessários para que todos os países tenham uma resposta climática eficaz

São Paulo – Cientistas, representantes da área de planejamento e gestão, além de entidades e movimentos sociais que atuam na região do Vale do Paraíba, entre São Paulo e Rio de Janeiro, estão promovendo a “Jornada Preparatória para a COP 26”. Uma série de encontros que têm como objetivo debater as mudanças climáticas e apontar políticas públicas necessárias para reverter a situação. 

Os encontros são realizados desde 25 de agosto e se encerram neste sábado (11). O resultado dessa jornada será consolidado em uma “Carta ao Povo do Vale do Paraíba e Região” para ser entregue aos integrantes da conferência internacional.

“Faremos uma coletânea em relação a esses depoimentos dos pesquisadores e cientistas que compartilharam conosco conhecimentos científicos, tecnológicos e de alerta global. E, a partir desse levantamento e das informações que estão sendo coletadas com declarações dos movimentos sociais (da região), vamos elaborar a carta, explica o ambientalista Vicente Cioffi, membro do Fórum Permanente em Defesa da Vida. “E vamos encaminhar o documento final como uma pauta de reivindicações junto à COP 26.”

Expectativas sobre a COP 26

A COP é a Conferência sobre Mudanças Climáticas realizada pela Organização das Nações Unidas (ONU), que neste ano chega a sua 26ª edição. Líderes de mais de 190 países estarão reunidos entre os dias 1º e 12 de novembro em Glasgow, na Escócia, para discutir ações que visem mitigar a emergência climática e os efeitos dela.

Em 2015, na COP 21, os países assinaram o Acordo de Paris, que pretendia limitar o aumento médio da temperatura global a 2ºC. Coordenadora do Clima e Justica do Greenpeace Brasil, Fabiana Alves, explica que a edição deste ano será essencial para retomar a discussão.

“É muito importante a conferência das partes neste ano porque ela já foi postergada, não tivemos a COP no ano passado, e os países precisam pensar qual será a contribuição ao Acordo de Paris, em como irão contribuir para a diminuição dos gases de efeito estufa. Essa é uma última oportunidade que os países têm para trazer mais ambição aos seus compromissos dentro do acordo”, destaca.

O Brasil na COP 

O Brasil será participante da COP, porém, de acordo com a especialista em Política Climática do Observatório do Clima Stela Herschmann, sob o governo de Jair Bolsonaro, “o país retrocedeu nas metas estabelecidas”. Segundo ela, uma das mudanças que o Brasil precisa fazer é rever o compromisso climático, apresentado pela gestão bolsonarista, que permite ao país ultrapassar os limites de emissões dos gases de efeito estufa que estavam estabelecidos há seis anos.

“O governo deveria no mínimo rever seu compromisso internacional e ter um plano de implementação dessas metas, coisa que não existe para orientar os setores da sociedade. Isso poderia ser feito com a revisão da Política Nacional de Mudanças Climáticas. E deveria restabelecer todos seus esforços principalmente no combate ao desmatamento”, aponta a especialista.

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