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Servidores do Ipea lançam livro sobre ‘assédio oficial’ de Bolsonaro

Servidores do Ibama são os mais perseguidos pelo governo federal, segundo os 211 casos coletados pelos organizadores em jornais e redes sociais. Na sequência vêm os do MEC, Inpe e INSS

Flickr/Ibama
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Servidores do Ibama são as principais vítimas pelas perseguições do governo de Jair Bolsonaro

São Paulo – O Sindicato Nacional dos Servidores do Ipea (Afipea) lançou nesta terça-feira (3) o livro Assédio Institucional no Brasil: Avanço do Autoritarismo e Desconstrução do Estado, organizado pelos pesquisadores da entidade José Celso Cardoso Júnior, Frederico Barbosa, Monique Florencio e Tatiana Lemos Sandim a partir de 211 denúncias, reportagens de jornais e redes sociais. Desse total de denúncias, 21 se referem ao Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais (Ibama).

Na sequência do ranking das vítimas, aparecem os servidores do Ministério da Educação (MEC), com 19 episódios, o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) e o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), com 15 casos cada. O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) teve 13.

O chamado assédio institucional é o conjunto de práticas empregadas pelo governo do presidente Jair Bolsonaro (PL) para desmontar o serviço público. É diferente do assédio moral no ambiente de trabalho, já que não tem um servidor como alvo específico, mas o conjunto.

Foi nessa lógica que o ministro da Economia, Paulo Guedes, chamou de “parasitas” os servidores. Ou quando desqualifica o trabalho do IBGE, que produziria dados confiáveis porque refletem uma economia com resultados negativos obtidos pelo governo do qual faz parte.

O livro foi publicado pela Editora da Universidade Estadual da Paraíba, com apoio de grupos como a Fórum Nacional Permanente de Carreiras Típicas de Estado (Fonacate) e a Associação Brasileira de Juristas pela Democracia (ABDJ). Ao todo são 20 artigos de 51 pesquisadores de diversas instituições e universidades.

Segundo José Celso Cardoso Júnior, a obra mostra que os ataques não são isolados e nem esporádicos. E que representam um método para fazer avançar o autoritarismo e a desconstrução do Estado. “Mais um ataque à democracia”, disse.

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