Oportunidades

Governo lança edital de concurso unificado e oferece mais de 6 mil vagas

Concurso inédito reúne 21 órgãos e oferece cargos para várias especialidades. Confira detalhes e especificidades do Concurso Nacional Unificado

Marcello Casal/Agência Brasil
Marcello Casal/Agência Brasil

São Paulo – O governo federal lançou na tarde desta quarta-feira (10) o edital do Concurso Nacional Unificado (CNU). Apelidado de “Enem dos concursos”, o certame agrega mais de 6 mil vagas para trabalhar na administração pública federal. Serão 5.948 cargos de nível superior e 692 de nível médio, totalizando 6.640. As carreiras estão divididas em oito blocos temáticos, e o concurseiro poderá concorrer a mais de uma vaga, contanto que esteja em um único bloco. As provas serão realizadas em 217 cidades.

“Tem para todo mundo. Todas as pessoas vão conseguir se encontrar. Vão entender que nossa gestão e todos ministérios que fizeram parte desta construção coletiva querem atrair determinados tipos de perfis para dar conta de suas missões”, afirmou a ministra da Gestão e Inovação em Serviços Públicos, Esther Dweck. A pasta conduziu a organização deste processo de seleção inédito no país. Um esforço que reúne 21 órgãos públicos, entre ministérios e órgãos da administração direta como a Fundação Nacional do Índio (Funai).

Reconstrução do Estado

Segundo Esther, que a ideia é reforçar a estrutura do Estado com profissionais qualificados. Longe do que acredita o senso comum, o Brasil não possui um grande número de funcionários públicos. Ao contrário, está longe dos países com maior percentual de trabalhadores na administração pública. Também vale lembrar que existe déficit em uma série de carreiras, o que impede o bom andamento do serviço público.

“O concurso servirá para darmos conta dos programas, das políticas públicas. A pessoa pode fazer uma leitura de qual é o seu perfil. É bem interessante analisar por bloco temático. Existe uma coerência. Cargos genéricos, cargos específicos. No edital tem as descrições completas. O desenho está bem-feito, os ministérios, os órgãos que fizeram adesão contribuíram com um belo trabalho”, destacou a ministra.

O CNU

A ministra explica que “são oito blocos temáticos com perfis que se encaixam para todos. Então, existe um ranking de preferência. A pessoa, no momento da inscrição, vai escolher um bloco temático. Então, vai escolher determinado cargo, ordenando por preferência da especialidade. Onde me encontro? De que forma posso contribuir para o desenvolvimento do Estado?”.

“O candidato vai poder concorrer para todos os cargos dentro do bloco temático específico. Esse é o desenho do concurso. No início, as pessoas falavam que poderiam participar de vários concursos, mas no CNU não poderiam por ser uma prova única. Então, para resolver isso, a pessoa vai poder escolher uma série de cargos para concorrer”, completa a ministra.

Os cobiçados

Na prática, os blocos são divididos em temas como “Gestão Governamental e Administração Pública”, ou “Setores Econômicos de Regulação”. Uma das áreas mais cobiçadas é o bloco quatro. Este eixo oferece 900 vagas para o cargo de Auditor-Fiscal do Trabalho (AFT), do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE). Trata-se de um dos certames com mais vagas do tipo da história. O salário-base deste cargo é de mais de R$ 26 mil, e podem concorrer pessoas com ensino superior em qualquer especialidade.

Contudo, vale pontuar que cargos como o de AFT são cobiçados por concurseiros experientes e para ser aprovado, será necessário acertar, seguramente, marcas acima dos 90% da prova.

A banca que aplicará as provas é a Cesgranrio e cada bloco terá especificidades. Outro cargo interessante está no bloco oito. Este é o único destinado a pessoas com nível médio. São cinco cargos em três entidades: IBGE, Funai e Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa). Para o cargo técnico do IBGE, serão 300 vagas. Este será o único disponível onde o concurseiro poderá escolher qual região ele trabalhará. Os outros, a grande maioria terão como local de trabalho Brasília.

Cadastro de reserva

Para quem está acostumado com este tipo de prova, o CNU tem algumas peculiaridades em relação a outros certames. Apesar da banca ser a Cesgranrio, o local de inscrição e de acesso ao edital é o site do governo federal. Além disso, outro detalhe que muito pode interessar aos candidatos: além das mais de 6 mil vagas imediatas, como de costume, o CNU formará um cadastro de reserva com o dobro de pessoas aprovadas.

Em concursos “normais”, estas pessoas não possuem direito concreto à vaga. Mas sim expectativa de direito, e estarão nos quadros do órgão, ou não, de acordo com a conveniência e oportunidade. Contudo, este edital abre uma janela diferente. Os órgãos poderão convocar aqueles que estão em cadastro de reserva para trabalhos temporários. Isso não impedirá nomeação efetiva conforme haja vaga de fato, mas cria essa possibilidade extraordinária. “Se ela for chamada para contratação temporária, ela não sairá do cadastro de reserva, podendo ser utilizada efetivamente em momento posterior”, explica a ministra

Calendário

O calendário completo já está disponível, tanto no edital, como de forma sistematizada no site do governo. As provas serão no dia 5 de maio. Pela manhã, provas de nível superior com 70 questões, 20 de conhecimentos gerais e prova discursiva. No nível médio, 60 questões, mais redação. Na parte da tarde, provas de conhecimento específico, 50 questões para nível superior e 40 para nível médio, provas estas objetivas.

Para quem tenha eventuais necessidades especiais, a Cesgranrio realizará as adaptações. O concurso terá validade de 12 meses, podendo ser prorrogado por mais 12 meses. A primeira etapa será de aplicação de provas de conhecimentos gerais, específicos e discursiva. Depois, teremos perícia biopsicossocial, verificação de condição declarada para pessoas negras e indígenas. Nos cargos da Funai, 30% serão destinados a indígenas. Nos demais, cotas de 20% para negros e 5% para indígenas.

Depois disso, haverá avaliação de títulos, quando couber. Muitos cargos não possuem essa etapa. Mas essa etapa terá caráter apenas classificatório. O conteúdo programático está dividido em cinco eixos por bloco temático. São 10 questões por eixo temático conforme cargo e especialidade. Cada eixo terá peso diferenciado de acordo com o cargo.

Confira o cronograma

  • 24/11/2023 – divulgação da banca
  • 10/01/2024 – publicação do edital
  • 19/01 a 09/02 – inscrições
  • 29/02 – divulgação dos dados finais de inscrições
  • 29/04 – divulgação dos cartões de confirmação
  • 05/05 – aplicação das provas
  • 03/06 – divulgação dos resultados das provas objetivas e preliminares das provas discursivas e de redação
  • 30/07 – divulgação final dos resultados
  • 05/08 – início da convocação para posse e cursos de formação

Veja a entrevista coletiva de lançamento do edital do CNU