Crescendo juntas

Contraf participa de Conferência Mundial de Mulheres nos EUA

Entre amanhã e sábado, mulheres sindicalistas de todo o mundo se reúnem na Filadélfia para definir as pautas de luta para os próximos anos

Divulgação / Bancários SP
Divulgação / Bancários SP
Neiva Ribeiro diz que a conferência mundial vai discutir o enfrentamento da violência e do assédio no mundo do trabalho

São Paulo – Centenas de mulheres sindicalistas de todo o mundo se reúnem a partir desta sexta-feira (25), nos Estados Unidos, para a 6ª Conferência Mundial de Mulheres da UNI Global Union. O evento, que vai até sábado (26), vai ocorrer na cidade da Filadélfia (Pensilvânia). E contará com a presença da delegação da Confederação Nacional das Trabalhadoras e dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT).

As mulheres sindicalistas vão definir as pautas de luta e eleger a nova presidenta mundial da entidade, para os próximos quatro anos. A Uni Global Union representa mais de 20 milhões de trabalhadores em todo mundo. E a Contraf é uma das suas maiores entidades filiadas.

“Como uma líder mulher, conheço em primeira mão o poder que surge quando as mulheres crescem juntas”, afirmou a atual presidenta do Comitê Mundial de Mulheres da UNI Global Union, Patrícia Nyman. Nesse sentido, ela ressalta que “vozes e ações coletivas têm a capacidade de transformar o mundo”.

Com o lema “Mulheres crescendo juntas”, a conferência vai abordar os principais desafios que as mulheres enfrentam no mundo do trabalho, com destaque para a ascensão feminina no mundo sindical. Além disso, elas também vão tratar de temas como juventude, saúde e segurança, combate à violência e ao assédio, trabalho digno e sustentabilidade. “Estou entusiasmada para me juntar às mulheres sindicalistas de todo o globo”, frisou Patrícia.

A Conferência Mundial de Mulheres antecede a realização 6º Congresso da UNI Global Union, que ocorre entre os dias 27 e 30 de agosto, também na Filadélfia.

Ascensão feminina

Sobre o aumento da participação das mulheres nos movimentos sindicais, a coordenadora da Rede Uni Mulheres Brasil e secretária da Mulher da Contraf, Fernanda Lopes, explica que há alguns anos a Uni Global mantém uma campanha bem-sucedida que tem como meta atingir 40% de representantes mulheres em todas as estruturas da entidade.

“Aqui no Brasil, importantes entidades já conseguiram bater essa meta, outras até superaram. Hoje, na Contraf-CUT, por exemplo, temos mais de 40% das mulheres no comando das secretarias”, destaca Fernanda. “Mas, como a própria Uni Global alerta, manter esse percentual é uma batalha constante. Por isso, um dos propósitos da conferência é discutir tanto maneiras de manter, como de trazer mais mulheres para a liderança sindical”, completa a sindicalista.

Combate à violência e ao assédio

De acordo com a vice-presidenta da Uni Américas Mulheres, Neiva Ribeiro, que também é presidenta do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região, a conferência mundial também vai discutir a implementação da Convenção 190 (C190), da Organização Internacional do Trabalho (OIT), para o enfrentamento da violência e do assédio no mundo do trabalho.

“Atualmente, apenas 30 dos 187 estados-membros da OIT ratificaram a C190. E o Brasil, por exemplo, não está entre eles. Mas já obtivemos avanços, com a iniciativa do presidente Lula que, em março, entregou o pedido de ratificação ao Congresso, onde tramita, desde então”.

Com informações da Contraf-CUT