Em luta

Centrais fazem marcha em Brasília pelos direitos dos trabalhadores

Mobilização contou com milhares de trabalhadores de todas as partes do país. Ministros do governo Lula participaram de plenária das centrais que antecedeu a marcha

Gilberto Soares (Giba)/CUT
Gilberto Soares (Giba)/CUT
Representantes das centrais vão levar agendas dos trabalhadores ao Congresso Nacional e ao STF

São Paulo – Milhares de trabalhadores de diversas categorias de todas as partes do país realizaram nesta quarta-feira (22) uma marcha em Brasília. Eles levaram aos Três Poderes da República uma pauta de reivindicações em defesa dos direitos da classe trabalhadora. Entre os principais pontos, estão a luta por emprego decente, a redução de impostos, a diminuição das taxas de juros, a qualidade da educação e a proteção ao meio ambiente.

O movimento foi organizado pelas centrais sindicais CUT, CTB, Força Sindical, Intersindical e Pública. Os trabalhadores começaram a se concentrar no estacionamento entre a Torre de TV e a Funarte, no Eixo Monumental. Antes de saírem em marcha até o Congresso Nacional, organizaram uma plenária que contou com a participação de ministros do governo Lula.

“Um dia 22 maravilhoso, histórico, que nasceu no Congresso da CUT em outubro, que a gente já sabia da importância desse período”, afirmou o presidente da CUT, Sergio Nobre. “A gente dá uma demonstração de unidade, de força, em relação a nossa pauta da classe trabalhadora.”

Ele afirmou que a vida no Congresso Nacional “não é nada fácil”, pois os trabalhadores estão em minoria tanto no Senado quanto na Câmara. “As nossas pautas só vão ter sucesso com muita mobilização e muita luta”.

A vice-presidenta da CUT e presidenta da Contraf-CUT, Juvandia Moreira, destacou que, em ano de eleição, é preciso comprometer os candidatos com a pauta dos trabalhadores. “Todas as conquistas desse país são resultado da luta da classe trabalhadora, de homens e mulheres. E essa luta continua. A luta pela democracia, por direitos, por salários, por igualdade salarial. Luta para que o povo do campo tenha condições para plantar, para que o povo das cidades possa jantar”.

Mais direitos

Representando o Ministério das Mulheres, a secretária-executiva Maria Helena Guarezi, foi a primeira a falar. Nesse sentido, ela destacou a importância da participação dos sindicatos na fiscalização da lei que garante igualdade salarial entre homens e mulheres, que o governo Lula aprovou no Congresso no ano passado.

“A lei pede a prestação de contas para empresas com mais de cem funcionários, mas isso não significa que as empresas menores não pratiquem a igualdade salarial entre homens e mulheres. Por isso, peço aos sindicatos que chamem essas empresas e suas bases para conversar e fomentar essa prática em todos os espaços”, disse Maria Helena.

O chefe da Secretaria-Geral da Presidência da República, Márcio Macêdo, destacou as conquistas do governo, apesar das dificuldades no Legislativo. “A nossa função aqui de dentro do governo é trabalhar e trabalhar para reconstruir o país. A de vocês é pautar o governo e a sociedade. É dizer no que temos que colocar mais peso. O que deve ser prioridade para a classe trabalhadora. Estamos em trincheiras opostas, mas do mesmo lado da história. O lado da democracia”, afirmou.

Valorização do salário mínimo

Por fim, o ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho, destacou que, sem a política de valorização que o governo Lula iniciou em 2005, o salário mínimo hoje seria de R$ 740. Por outro lado, caso não tivesse sido interrompida pelos governos Michel Temer e Jair Bolsonaro, hoje, o salário mínimo seria de R$ 1.498. Atualmente, após retomada de valorização no ano passado, o salário mínimo é de R$ 1.412

“Muitas das nossas políticas públicas da hora foram bandeiras que lutamos muito, durante anos e anos. Nós temos capacidade de pensar, lutar e persistir até conquistar aquilo que entendemos ser o justo. Os sindicatos precisam voltar a ter a força de sempre para defender a classe trabalhadora”, defendeu o ministro.

Após a plenária, a Marcha da Classe Trabalhadora seguiu pela Esplanada dos Ministérios até o Congresso Nacional. Durante a tarde, representantes vão entregar aos presidente da Câmara e do Senado a 3ª edição da publicação Agenda Legislativa das Centrais no Congresso Nacional. Do mesmo modo, vão entregar também a Agenda Júridica das Centrais ao presidente do STF, ministro Luís Roberto Barroso.

Confira a pauta de reivindicações da classe trabalhadora

  • Reconstrução do Rio Grande do Sul: Medidas de proteção e amparo aos trabalhadores do estado.
  • Educação: Revogação do Novo Ensino Médio.
  • Valorização do Serviço Público: Contra a PEC 32/Reforma Administrativa.
  • Negociação Coletiva: Defesa da Convenção 151.
  • Trabalho Decente: Redução da jornada de trabalho e criação de empregos decentes.
  • Igualdade Salarial: Defesa da lei que garante salário igual para trabalho igual entre homens e mulheres.
  • Reforma Agrária: Garantia de alimento no prato para todos.
  • Redução de Impostos e Juros: Menos impostos para trabalhadores, correção da tabela de imposto de renda e juros mais baixos.
  • Valorização do Salário Mínimo e Aposentadorias: Aumento do salário mínimo e melhoria das aposentadorias.
  • Transição Justa e Ecológica: Medidas em defesa do meio ambiente e da vida.
  • Direitos dos Motoristas por Aplicativos: Apoio ao PLC 12/24.