Pós-Pandemia

Lula celebra fim da emergência da covid-19, exalta ciência e vacinas. E lamenta por vítimas do negacionismo

Presidente atribuiu pelo menos metade das mais de 700 mil vítimas da pandemia no Brasil ao “governo negacionista” de Bolsonaro e apelou para que a população tome as doses de reforço

Ricardo Stuckert
Ricardo Stuckert
Parlamentares, incluindo filhos do ex-presidente extremista Jair Bolsonaro (PL), estão atacando o governo federal. O motivo é o reforço nas campanhas de vacinação

São Paulo – O presidente Luiz Inácio Lula da Silva usou suas redes sociais nesta sexta-feira (5) para exaltar o fim da emergência global de saúde da pandemia de covid-19. Ele lembrou que a pandemia ainda não acabou e orientou a população a se vacinar. Além disso, atribuiu pelo menos metade das 700 mil vítimas da pandemia no Brasil ao governo negacionista de Bolsonaro.

O presidente criticou a demora do governo anterior em adquirir as vacinas. Documentos da CPI da Covid revelaram que Bolsonaro e sua equipe levaram dois meses para responder à Pfizer, uma das principais fornecedoras do imunizantes – a farmacêutica teve nove em cada 10 e-mails enviados ao governo anterior ignorados. O mesmo comportamento negligente se repetiu em relação ao Instituto Butantan, que havia fechado parceria com os chineses para a produção da Coronavac.

Bolsonaro, segundo suas próprias palavras, também foi “o único chefe de Estado do mundo” a investir contra as medidas de isolamento social, no momento mais grave da pandemia. Do mesmo modo, também foi provavelmente o único líder mundial que diz não ter tomado vacina, quando os imunizantes já estavam disponíveis.

Agora, ele está no centro de mais um escândalo, envolvendo uma “estrutura criminosa“, segundo a Polícia Federal, que fraudava certificados de vacinação. Ao mesmo tempo, o ex-mandatário investiu em medicamentos comprovadamente ineficazes contra a covid-19 – como a cloroquina e a ivermectina.

Pandemia não acabou

Lula também alertou que, apesar da Organização Mundial da Saúde (OMS) ter decretado hoje o fim da emergência sanitária internacional, a pandemia da covid-19 ainda não acabou. E segue apelando para que as pessoas a se vacinem. “Tomem as doses de reforço e não deixem de ter o esquema vacinal sempre completo.” Além disso, afirma que seu governo vai atuar para “preservar vidas”, incentivando a saúde, a ciência e a pesquisa.

Desde a semana passada, o Mistério da Saúde liberou as vacinas bivalentes contra a covid-19 para todas as pessoas acima de 18 anos. As vacinas bivalentes são mais modernas, atualizadas para cepas mais recentes da covid-19, em especial as subvariantes da ômicron. A recomendação da pasta é para que quem já recebeu pelo menos duas doses de Coronavac, AstraZeneca ou Pfizer, ou vacina de dose única da Janssen, busquem as unidades de saúde de acordo com orientação local.