Líder global

‘Não jogaremos fora as oportunidades do século 21’, afirma Lula sobre a transição energética

Ao deixar a Alemanha, Lula e sua equipe comemoram parcerias que podem levar o Brasil a liderar mercado mundial de energia limpa

Ricardo Stuckert/PR
Ricardo Stuckert/PR
"O Brasil pode ter orgulho de se transformar no país que mais tem a oferecer neste momento"

São Paulo – O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) deixou hoje (5) a Alemanha. No país europeu, o petista costurou mais de uma dezena de acordos entre os países, que significam investimentos e cooperação. Em particular, foco para os acordos relacionados à transição energética. Em busca de matrizes mais limpas, a Europa precisa mudar seus modais poluentes, uma vez que o continente é muito dependente de carvão. E o Brasil pode exercer papel estratégico neste momento.

São tempos em que as mudanças são urgentes. O aquecimento global já é realidade e aponta para um futuro sombrio. Agora, cabe aos países acelerarem as decisões. “O Brasil pode ter orgulho de se transformar no país que mais tem a oferecer neste momento em que discutimos a questão da transição energética. Não vamos jogar fora as oportunidades do século 21”, disse Lula. O Brasil, inclusive, é um dos países que mais produzem energia limpa no mundo.

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, que acompanhou Lula explicou como esse protagonismo brasileiro pode se ampliar. “Para crescermos, precisamos continuar investindo em energia limpa. A expectativa da Europa em relação ao Brasil como exportador de energia limpa é muito grande. O Brasil é parte da solução dos problemas que o mundo enfrenta”, disse.

Brasil com Lula à frente

Haddad completou lembrando da participação brasileira na COP28, que se realiza em Dubai. Lá, líderes mundiais aclamaram Lula, que apresentou bons números em pouco tempo de governo. Em menos de um ano, a política petista já reverteu as taxas alarmantes de desmatamento herdadas do ex-presidente extremista Jair Bolsonaro (PL). “O desmatamento já caiu 50% na Amazônia. O compromisso desse governo é esse. Temos compromisso de zerar o desmatamento até 2030. O sucesso do Brasil, economicamente inclusive, depende do fim do desmatamento”.

Lula, então, comemorou os avanços com a Alemanha e as boas relações que nutre com o chanceler do país, Olaf Scholz. “Saio da Alemanha muito orgulhoso. Fui presidente oito anos. E essa foi a melhor reunião. Compromissos, parceria. Podemos ter certeza que muita coisa boa vai acontecer. Muitos investimentos, lá e aqui. Muitas parcerias”, disse.

Economia

Por fim, Haddad também comentou o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) no terceiro semestre. Embora tímido, 0,1%, foi uma surpresa. Analistas esperavam uma retração. Contudo, a política econômica que o governo vem desenvolvendo está segurando os indicadores. “O PIB surpreendeu positivamente, cresceu enquanto o mercado esperava retração”, disse Haddad.

Contudo, o ministro lembrou que ainda existem alguns passos para seguir com avanços. “Mas quero alertar que a taxa de juros real no Brasil atingiu seu patamar mais alto em meados de junho. A taxa descontada da inflação. Então, o BC começou a cortar em agosto. Então, tivemos um PIB positivo, mas fraco. Com os cortes nos juros, esperamos que fechemos este ano em mais de 3% de crescimento e esperamos um crescimento na faixa de 2,5% no ano que vem. Mas o BC tem que fazer o papel dele”, finalizou.