Investimentos

Lula recebe Tarcísio no Planalto, defende pacto federativo e anuncia ato pela democracia em 8 de janeiro

Em cerimônia sobre recursos dos bancos públicos para estados e municípios, presidente voltou a defender queda mais rápida dos juros: “Temos que mexer com o coração do presidente do Banco Central”

Reprodução/YouTube
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Alckmin, Tarcísio, Lula, Mercadante e Rui Costa: defesa do 'pacto federativo'

São Paulo – Em cerimônia sobre recursos dos bancos públicos para investimentos em estados e municípios, nesta terça-feira (12), chamou a atenção a presença do governador paulista, Tarcísio de Freitas (Republicanos), ao lado do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), no Palácio do Planalto. São Paulo terá R$ 10 bilhões para obras de mobilidade urbana, no âmbito do Novo PAC (Programa de Aceleração do Crescimento). Lula aproveitou para ressaltar a defesa do chamado pacto federativo e o diálogo entre União, estados e municípios, independentemente da legenda partidária.

“Nunca concebi alguém querer administrar um país do tamanho do Brasil (…) sem levar em conta os entes federados”, afirmou o presidente. “Eu não quero saber de que partido é o Tarcísio, de que partido é o Helder (Barbalho, MDB, governador do Pará, também presente). Vamos tratar todo mundo com muita cidadania”, acrescentou. “Eu só quero que os investimentos se transformem em coisa concreta.”

Queda dos juros

Ele voltou a defender uma queda mais acelerada dos juros, para estimular o desenvolvimento econômico. “Temos que mexer com o coração do presidente do Banco Central”, afirmou, referindo-se a Roberto Campos Neto. O Comitê de Política Monetária (Copom) do BC anuncia amanhã à noite a nova taxa básica para os próximos 45 dias. Nas três últimas reuniões, houve corte de juros, atualmente em 12,25% ao ano.

Lula também anunciou a realização de um ato em Brasília, em 8 de janeiro, um ano depois dos ataques às sedes dos três poderes. “Um golpe debelado pela democracia”, ressaltou, ao convidar todos os governadores.

Política republicana

Antes do presidente, o ministro-chefe da Casa Civil, Rui Costa, também pregou respeito aos entes federados. “Na condição de governador da Bahia, tivemos de ir ao Supremo Tribunal Federal para ter liberado um empréstimo assinado com o Banco do Brasil”, lembrou. “Para unir o país, é preciso respeitar governadores e prefeitos. Todos estão tendo, de forma republicana, acesso aos bancos públicos.”

Para São Paulo, por exemplo, os recursos se destinarão às obras de um trem intermunicipal de média velocidade, ligando a capital a Campinas, a 100 quilômetros (Trem Intercidades Eixo Norte). Para Tarcísio, escolhido para falar pelos governadores, esse e outros projetos vão estimular o setor de material de construção e a indústria, abrindo postos de trabalho. O Pará receberá recursos relativos à COP30, a conferência global sobre mudanças climáticas, que o Brasil sediará de 10 a 21 de novembro de 2025.

Mais do que em quatro anos

Também falaram os presidentes do BNDES, Aloizio Mercadante, e do Banco do Brasil, Tarciana Medeiros, além do presidente interino da Caixa Econômica Federal, Marcos Brasiliano. Eles lembraram que as operações de crédito das três instituições, apenas neste ano, totalizam R$ 56,4 bilhões e superam a soma dos quatro anos anteriores. Além deles, participou o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Geraldo Alckmin.

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Segundo a Presidência da República, foram R$ 32,1 bilhões em 16 estados e R$ 24,3 bilhões em 805 municípios de 25 estados. O BNDES, por exemplo, aprovou operações com São Paulo, Pará, Mato Grosso do Sul, Ceará, Santa Catarina, Espírito Santo, Maranhão e Sergipe (R$ 18,2 bilhões). A Caixa aprovou R$ 2,3 bilhões com Pernambuco, enquanto o BB aprovou R$ 700 milhões em Pernambuco e no Distrito Federal. As áreas de saneamento, mobilidade e infraestrutura urbana recebem mais recursos.