Ativismo judicial

Lava Jato: ‘Além de erro histórico, prejuízo incalculável’, diz FUP

“Foram milhões de pessoas desempregadas, famílias destruídas”, afirmou Deyvid Bacelar (FUP) sobre os impactos da Lava Jato na economia

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Além da prisão ilegal de Lula, Lava Jato causou perdas equivalentes a 3,6% do PIB do país

São Paulo – O ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal (STF), invalidou todas as provas da Operação Lava Jato obtidas nos acordos de leniência da Odebrecht. Em decisão assinada nesta quarta-feira (6), o ministro chamou de “armação” a prisão do presidente Lula, em 2018, e considerou o episódio um “erro histórico”. Para a Federação Única dos Petroleiros (FUP), além de “um dos maiores erros judiciários da história do país”, a Lava Jato causou “prejuízo incalculável” para o Brasil.

“O prejuízo para o país foi incalculável”, afirmou o coordenador-geral da FUP, Deyvid Bacelar. “Foram milhões de pessoas desempregadas, famílias destruídas. Ao bloquear atividades de fornecedores e suspender obras públicas, a Lava Jato abalou a estrutura de vários setores no país. O desemprego em massa atingiu fortemente o varejo, por exemplo”.

Desse modo, ele lembra que o impacto da redução dos investimentos nos setores de petróleo e gás e da construção civil sobre os demais setores funcionou como um efeito cascata na economia. Como reconheceu o STF, a Lava Jato “forjou provas, prendeu inocentes, destruiu empresas”, ressaltou. “Mas a trama foi desmascarada e os responsáveis estão sendo investigados”, comemorou.

Impacto de 3,6% do PIB

Em 2021, estudo do Dieese revelou a Lava Jato causou perdas equivalentes a 3,6% do PIB do país, provocando o fechamento de 4,4 milhões de empregos. E também reduziu a massa salarial do país em R$ 85,8 bilhões. Só a construção civil perdeu 600 mil postos de trabalho entre 2014 e 2017.

Além disso, o Brasil deixou de arrecadar R$ 47,4 bilhões de impostos e perdeu R$ 172 bilhões em investimentos. Durante o lançamento do estudo, o presidente da CUT, Sérgio Nobre, chegou a afirmar que a Lava Jato foi “o principal cabo eleitoral do Bolsonaro”.

Anticorrupção e manipulação

Nesse sentido, Bacelar destaca que a extrema-direita, historicamente, se utiliza do discurso ‘anticorrupção’ para manipular a opinião pública. “É lógico que ninguém é a favor da corrupção. Mas eles se utilizam desse discurso sem aprofundar o debate sobre suas reais intenções, sobre seus projetos. Estamos vendo diversas provas de que Bolsonaro é corrupto e onde estão as pessoas que enchem a boca para falar de corrupção?”, questiona. E emenda: “Contra o presidente Lula nunca houve provas, a prisão dele foi política, foi um projeto de poder, em conluio com setores do judiciário. A cada dia que passa esse fato fica mais evidente.”