Encontro no Planalto

Haddad pede ao governo mais apoio no repasse de recursos para São Paulo

Prefeito foi recebido pelo ministro da Casa Civil, Jaques Wagner, e tratou do andamento de obras do PAC, Minha Casa Minha Vida, e revisão da dívida da cidade com a União, após mudança de indexador

Wilson Dias/Agência Brasil

Haddad: o encontro foi positivo e ministro ficou de dar um retorno sobre demandas na próxima semana

Brasília – O prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT), foi o primeiro dos administradores municipais a procurar o Executivo para pedir apoio neste início de ano. Haddad apresentou hoje (5) ao ministro da Casa Civil, Jaques Wagner, no Palácio do Planalto, três pleitos: o repasse correspondente ao desembolso feito pela prefeitura em obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), como forma de dar continuidade aos trabalhos em andamento; construção de mais unidades na capital paulista do programa Minha Casa, Minha Vida; e prioridade na aplicação do decreto que regulamentou um novo indexador para as dívidas dos estados e municípios com a União.

De acordo com o prefeito, o encontro foi positivo e o ministro ficou de dar um retorno sobre estas demandas já na próxima semana. Segundo ele, a prefeitura paulistana adiantou R$ 400 milhões em 2014 para construtoras darem início às obras do PAC e o montante ainda não foi reembolsado pelo Tesouro Nacional. “Em 2015, a prefeitura desembolsou R$ 4,5 bilhões em investimentos de um modo geral”, afirmou, referindo-se a todos os programas do governo em implantação no município.

O prefeito explicou que está otimista com as perspectivas do trabalho a ser concluído até o encerramento do seu mandato. Disse que a prefeitura conseguiu investir mais no ano passado do que em 2014 e que pretende encerrar o exercício de 2016 com investimentos feitos – totalizando-se os quatro anos de sua gestão – da ordem de R$ 18 bilhões.

Reeleição

Sobre a mudança do índice de indexação das dívidas dos estados e municípios, Fernando Haddad destacou a nova regra vai dar um alívio grande nas contas de vários municípios, por conta da troca do indexador dos juros pagos mensalmente por essas prefeituras.

O prefeito evitou falar em eleições municipais. Mas recentemente, disse em entrevistas que “vai ter muita sorte quem ganhar a eleição do ano que vem, porque vai encontrar uma situação muito diferente do que eu encontrei”, referindo-se ao resultado da renegociação da dívida como “espetacular”.

O acordo da dívida da capital paulista foi firmado em 2000, entre a administração Celso Pitta e o governo FHC. Previa correção pelo IGP-DI mais 6% a 9% ao ano. O montante estava na ocasião em R$ 11 bilhões. De lá para cá foram pagos mais de R$ 25 bilhões e a cidade ainda deve R$ 62 bilhões. Com o acordo que muda o indexador para o IPCA mais 4% ao ano, esse volume tem uma redução de 42%. “Se eu não tivesse feito nada, apenas isso, teria sido a melhor coisa nos últimos 20 anos para a cidade”, tem dito o prefeito.

Ele foi perguntado pelos jornalistas sobre as repercussões envolvendo o PT, a partir de declarações de Jaques Wagner no final de semana, que ao criticar integrantes do partido, foi rebatido por muitos petistas. De forma polida e procurando encontrar as palavras, Haddad ressaltou que “os que cometeram equívocos no PT não respondem pela maioria de filiados”.”Existe gente boa e gente ruim em todas as agremiações humanas, assim como há gente boa e ruim no PSDB, no PT, no PMDB, no PP”, acentuou.