Deputadas também exigem explicações de Paulo Guedes sobre denúncias de assédio sexual na Caixa
Erika Kokay (PT-DF) apresenta requerimento para que ministro da Economia esclareça sobre ações que tomou frente à conduta do presidente da Caixa, Pedro Guimarães. Em ato em Brasília, bancárias protestaram contra assediadores do serviço público
Publicado 29/06/2022 - 14h56
São Paulo – A deputada federal Erika Kokay (PT-DF) protocolou um requerimento, nesta quarta-feira (29), no qual solicita a convocação do Ministro da Economia Paulo Guedes, para que ele explique as ações da pasta em relação à conduta do presidente da Caixa Econômica Federal, Pedro Guimarães, acusado de assédio sexual por várias servidoras do banco público.
No documento, apresentado à Câmara dos Deputados, a parlamentar também cobra informações do ministro sobre as ações adotadas para o caso e encaminha ofício à Procuradoria da Mulher da Câmara para que acompanhe as investigações. As acusações vieram a público nessa terça (28), em reportagem do portal Metrópoles. Ao menos cinco vítimas relataram toques em partes íntimas sem consentimento, por parte de Guimarães, além de falas, abordagens e convites inconvenientes e desrespeitosos. Os casos de assédio teriam ocorrido em situações em que funcionárias viajavam com o presidente da Caixa por determinação dele.
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As denúncias estão sendo investigadas pelo Ministério Público Federal (MPF), sob sigilo, desde o final do ano passado. À época, um grupo de funcionárias que trabalharam em equipes diretamente ligadas ao gabinete da presidência da Caixa decidiu se unir e romper com o silêncio para denunciar Guimarães. “São estarrecedores os relatos de funcionárias da Caixa sobre práticas de assédio sexual protagonizadas pelo presidente do banco, Pedro Guimarães. Guimarães é a cara de um governo machista e misógino. Que seja investigado e punido. Toda minha solidariedade às funcionárias!”, tuitou Erika Kokay.
Bancárias exigem ‘Fora Guimarães’
Em outra representação protocolada hoje no MPF, deputadas federais do Psol também pedem o afastamento imediato de Guimarães do comando da Caixa. Homem de confiança e muito próximo de Jair Bolsonaro, o executivo teria acertado com o presidente da República que entregaria sua carta de demissão até a noite desta quarta (29). O pedido ainda é aguardado e motivo de embate internamente. Segundo a imprensa, Guimarães insiste em sair “a pedido para cuidar da sua defesa”. Enquanto o centrão e o núcleo político da campanha do presidente pressionam Bolsonaro para que o demita e mostre indignação com o caso.
Até o momento, o governo já tornou pública a escolha da secretária especial de Produtividade e Competitividade do Ministério da Economia (Sepec), Daniella Marques Consentino, para presidir a Caixa. Mas não confirmou a exoneração de Guimarães.
Desde às 12h30, bancárias ocupam a frente da sede do banco em Brasília, conhecida como Matriz 1, onde protestaram por “Fora Pedro Guimarães e todos os assediadores do serviço público”. Em faixas, as trabalhadoras ressaltam que “assédio sexual é crime”. O ato foi convocado pelo Sindicato dos Bancários de Brasília que classificou como “repugnante” o comportamento de Guimarães. A manifestação também saiu em defesa das vítimas para quais a entidade exige acolhimento e proteção. “Nenhum passo atrás, nenhuma mulher a mais assediada, violentada, esse Brasil não dá paz para nós mulheres”, lamentou uma bancária.
Ato das mulheres agora em frente à sede da Caixa, em Brasília, contra o assediador sexual, Pedro Guimarães. Fora, Pedro Guimarães! pic.twitter.com/JAAltIz0qN
— Erika Kokay (@erikakokay) June 29, 2022
Ato em solidariedade às mulheres funcionárias da CEF que sofreram assédio sexual por parte do presidente da Caixa.
— Sind. Bancários DF (@dfbancarios) June 29, 2022
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Redação: Clara Assunção – Edição: Helder Lima