Governo abalado

Caso Covaxin agrava perda de popularidade de Bolsonaro

Deputado Paulo Pimenta (PT-RS) afirma que momento é marcado por um processo acelerado de corrosão da sustentação política do governo

Marcelo Camargo / ABr
Marcelo Camargo / ABr
""Fosse o Presidente um servidor público comum, seu comportamento demandaria apuração não apenas por crime de racismo, mas também por ato de improbidade", aponta a representação encaminhada à PGR

São Paulo – O caso da compra superfaturada da vacina Covaxin pelo Ministério da Saúde deve agravar nos próximos dias o processo de perda de popularidade do presidente Jair Bolsonaro. “Isso vai dificultar ainda mais a situação do governo”, avalia o deputado Paulo Pimenta (PT-RS).

Em entrevista neste domingo ao Brasil TVT, Pimenta afirmou que o momento na política é marcado por um processo acelerado de corrosão da sustentação pública do governo. O deputado destacou também que o governo Bolsonaro é “marcado por todo tipo de irregularidade”.


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“A própria trajetória da família Bolsonaro é ligada ao esquema do crime organizado, das milícias, e existe um conjunto de fatos muito graves que marcam a caminhada dele e dos filhos até chegarem onde chegaram”, afirmou.

Segundo Pimenta, com a chegada ao poder, o governo Bolsonaro passa a atuar “com um conjunto de medidas para impedir que investigações avancem”. O deputado cita como casos que circundam a reputação da família Bolsonaro os da morte de Adriano da Nóbrega, a morte da vereadora Marielle Franco, o caso Queiroz, as fake news durante a campanha eleitoral de 2018, o gabinete do ódio, os imóveis dos filhos e o caso do senador Flávio Bolsonaro com franquias da Kopenhagen.

Bolsonaro controla as instituições por meio de suas indicações, como à Procuradoria Geral da República (PGR), e despeja sua influência sobre o Supremo Tribunal Federal (STF), o Superior Tribunal de Justiça (STJ) e controla a Agência Brasileira de Inteligência (Abin), a Polícia Federal, avalia o deputado.

“Mas, neste momento, o governo começa a perder o controle da situação em pelo menos duas áreas sensíveis”, afirma Pimenta. Ele diz que a área de meio ambiente e a CPI do Covid são as duas frentes que desgastam a popularidade do governo Bolsonaro. A primeira área por conta de colocar a nu o consórcio de interesses que circundam o governo, com os madeireiros que o apoiaram. E a CPI da covid por ampliar seus focos de atuação. À investigação das mortes pela covid-19 soma-se agora as graves suspeitas de corrupção na compra da vacina Covaxin.

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