Rachadinhas

Carlos Bolsonaro e Ana Cristina Valle, ex-mulher de Jair, receberam R$ 477 mil em espécie

Ana Cristina foi a segunda esposa de Jair Bolsonaro. Depósitos em seu favor chegaram a R$ 385 mil, e para Carlos totalizaram R$ 91 mil

Reprodução/Redes Sociais
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Ana Cristina Valle, ex- de Bolsonaro, chefiou o gabinete de Carlos entre 2001 e 2008

São Paulo – Segundo laudo do Laboratório de Tecnologia de Combate à Lavagem de Dinheiro e à Corrupção, do Ministério Público do Rio de Janeiro (MP-RJ), o vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ) e Ana Cristina Siqueira Valle, a segunda mulher do ex-presidente Jair Bolsonaro, receberam R$ 476,8 mil em depósitos em dinheiro sem origem identificada desde 2005. As informações são do portal Uol, nesta quinta-feira (11).

Ana Cristina chefiou o gabinete de Carlos Bolsonaro de 2001 a 2008. Os depósitos em seu favor chegam a R$ 385 mil em 177 depósitos entre 2005 e 2021. O remetente de três transferências à conta da ex-esposa, totalizando R$ 34 mil de 2012 a 2014, seria o próprio Jair Bolsonaro. No caso de Carlos Bolsonaro, foram identificados depósitos entre 2008 e 2015, totalizando R$ 91 mil.

O Ministério Público acredita que o dinheiro tenha origem em esquema de rachadinha no mandato do vereador. Sete parentes de Cristina eram lotados no gabinete de Carlos, mas não compareciam para trabalhar. Seriam, portanto, funcionários fantasmas.

O laudo foi pedido pela 3ª Promotoria de Justiça de Investigação Penal Especializada, que apura peculato, lavagem de dinheiro e organização criminosa no gabinete de Carlos, informa a reportagem. O motivo da suspeita é que os depósitos não têm origem e foram fracionados em dinheiro vivo.

Os dados obtidos no laudo são provenientes das quebras de sigilo bancário a partir de autorização judicial em maio de 2021. O MP pediu a quebra de sigilo no dia 5 de maio, o que foi deferido pelo juiz em 24 de maio.

Fortes indícios

Carlos Bolsonaro, Ana Cristina Valle e outros 25 investigados tiveram seus dados levantados. O magistrado não autorizou a quebra de sigilo de Fabrício Queiroz, ex-assessor do senador Flávio Bolsonaro. Segundo o juiz, Marcello Rubioli, “os elementos de informação coligidos aos autos – mais notadamente quando se atenta ao vasto acervo de documentos que acompanham o expediente investigatório – apontam para a existência de fortes indícios da prática de crime de lavagem de capitais”.

Ana Cristina Valle foi sucedida no cargo pelo advogado Guilherme Henrique de Siqueira Hudson, que constava na Câmara Municipal como assessor-chefe de Carlos de abril de 2008 a janeiro de 2018. Guilherme é primo de Ana Cristina Valle, tendo assumido o cargo para sucedê-la. Porém, Guilherme jamais teve crachá de servidor da Câmara.


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