Crise humanitária

ONU critica fornecimento de armas pelos EUA a Israel; mortos chegam a 1.400

Alta-comissária de direitos humanos das Nações Unidas diz que Casa Branca deveria fazer mais esforços para brecar o número de vítimas na Faixa de Gaza

Shareef Sarhan/ ONU

Escola da ONU ficou destruída após bombardeio israelense que deixou 19 mortos e 500 feridos

São Paulo – As agressões do Estado de Israel à população palestina da faixa de Gaza, em 24 dias de incursão militar para desarticular operações do grupo Hamas, chegaram hoje (31) a 1.428 mil vítimas. Outras oito mil pessoas ficaram feridas até agora.

Ontem foi o dia mais violento desde o início dos bombardeios aéreos: foram 119 mortos e 500 feridos. O porta-voz do Ministério da Saúde da Autoridade Palestina, Ashraf al Qedra, especificou que os dois episódios mais graves ocorreram quando a artilharia israelense atingiu uma escola gerida pela ONU no norte da Faixa de Gaza e um mercado na capital.

“20 pessoas morreram nos ataques de tanques contra o colégio Abu Hussein em Jabalya, e outras 20 no mercado público de Shayaia”, esclareceu Qedra ontem à noite, antes de acrescentar que “mais de 20 corpos foram retirados dos escombros no sul da Faixa de Gaza”. O exército israelense não comentou os bombardeios contra a escola e o mercado, mas emitiu comunicado oficial que dá conta de que 110 posições “terroristas” foram atacadas em Gaza nas últimas 24 horas, 20 delas somente na noite passada.

Também ontem, as milícias palestinas dispararam cerca de 120 projéteis contra o território israelense, que não causaram vítimas fatais, de acordo com a imprensa local. Desde o início da operação Limite Protetor, 56 militares israelenses morreram em combate ou depois que foram atingidos por projéteis disparados de Gaza, além de três civis.

Na tarde desta quinta-feira (31), o governo dos Estados Unidos emitiu sua primeira condenação pública a Israel pelo bombardeio da escola da Organização das Nações Unidas na faixa de Gaza, onde mais de 3 mil civis estavam abrigados. No entanto, também autorizou a retirada de US$ 1 bilhão em munição por parte do exército de Israel, em atendimento a uma das cláusulas do acordo militar entre os dois países. A atitude provocou críticas por parte da ONU.

“Os Estados Unidos têm influência sobre Israel e deveriam fazer mais para parar as mortes, para que as partes em conflito dialoguem”, disse Navi Pillay, alta-comissária da organização para os Direitos Humanos, em entrevista coletiva, na qual falou da ajuda financeira e da entrega de armas dos EUA a Israel. O Conselho de Segurança solicitou ainda o cessar-fogo “imediato e incondicional” entre Hamas e Israel, com o objetivo de permitir “pausas humanitárias” para que os civis na região refugiem-se.

(Com informações da EFE)