Gleisi reage a ‘má-fé’ da mídia comercial sobre resultado da Petrobras: ‘Querem é falar mal do Lula’
Presidenta do PT destaca resultado da Petrobras superior ao das petrolíferas estrangeiras e lembra da redução do preço do barril do petróleo no mercado internacional
Publicado 08/03/2024 - 19h05
São Paulo – A presidente nacional do PT, deputada federal Gleisi Hoffmann (PR), classificou como “má-fé” a reação da imprensa comercial ao balanço que a Petrobras divulgou ontem (7). A estatal registrou lucro de R$ 124,6 bilhões em 2023, o segundo maior da história. Os principais jornais, no entanto, destacam queda de 33,8% e tentam atribuir a piora ao governo Lula.
Apesar da queda, Gleisi destaca que a Petrobras superou os resultados que as principais petrolíferas estrangeiras registraram no mesmo período. Nesse sentido, ela atribuiu principalmente à queda do preço internacional do petróleo a redução dos lucros da estatal brasileira.
Manchetes gritam q lucro da Petrobras caiu 33% no primeiro ano de @LulaOficial mas escondem q resultado foi até melhor que o das petroleiras gringas. Lucros da Chevron, da Shell e da ExxonMobil caíram entre 35% e 40%. O q houve no mundo do petróleo em 2023 foi um retorno aos…
— Gleisi Hoffmann (@gleisi) March 8, 2024
O deputado federal Lindbergh Farias (PT-RJ) foi na mesma linha. Do mesmo modo, ele destacou que a redução do lucros no mercado de petróleo é um “fenômeno internacional”.
Enquanto ficam martelando que o lucro da Petrobras caiu 33%, a grande mídia omite o fato que a queda das empresas estrangeiras foi bem maior. Os lucros da Shell e da Chevron, por exemplo, caíram quase 40%.
— Lindbergh Farias (@lindberghfarias) March 8, 2024
E o porquê disso ? Retorno do preço do petróleo ao patamar antes da…
Ao longo de 2022, quando a Petrobras registrou lucro recorde, o preço do barril de petróleo tipo Brent – que serve de referência para o mercado internacional – teve alta de 21,13%. Em março daquele ano, o barril do Brent chegou a superar a marca US$ 130 – maior valor em 14 anos –, em função da guerra na Ucrânia. Passados mais de dois anos da eclosão do conflito, o Brent oscila hoje em torno de US$ 82.
Fim dos dividendos extraordinários
Em consonância com o alarido da imprensa, as ações da Petrobras registraram expressiva queda nesta sexta (8). No final da tarde, próximo ao fechamento do pregão, as ações da estatal – tanto as preferenciais como as ordinárias – caíam quase 9%. A insatisfação dos investidores, no entanto, se deve mais à decisão da estatal de não pagar dividendos extraordinários relativos ao quarto trimestre do ano passado.
Porém, cabe lembrar que os dividendos extraordinários que a Petrobras pagou nos últimos anos eram turbinados não somente com a alta dos combustíveis, mas também com a venda de ativos, que começou ainda durante o governo Temer e se aprofundou com Bolsonaro.
Atualmente, a estatal vem adotando o caminho aposto. Não só estancou a venda de ativos, como também vem ampliando investimentos, principalmente no setor de refino e nos esforços voltados à transição energética.
“Após anos de desmonte, venda de ativos estratégicos e descapitalização via pagamento de megadividendos, a Petrobras mostrou resiliência, ampliou investimentos e fechou 2023 com um lucro líquido positivo de R$ 124,6 bilhões, o segundo maior de sua história”, afirmou o diretor técnico do Instituto de Estudos Estratégicos de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (Ineep), Mahatma Ramos dos Santos.