Prévia do Inpe indica recorde de alertas de desmate na Amazônia em fevereiro
Dados divulgados pelo instituto apontam a maior marca para o mês na série histórica, iniciada em 2015. E contrasta com números de janeiro
Publicado 24/02/2023 - 11h58
![Deforestation and Fire Monitoring in the Amazon in July, 2020Monitoramento de Desmatamento e Queimadas na Amazônia em Julho de 2020 Christian Braga/Greenpeace](https://www.redebrasilatual.com.br/wp-content/uploads/2023/02/Amazonia.jpg)
São Paulo – Dados divulgados nesta sexta-feira (24) pelo Instituto de Pesquisas Espaciais (Inpe) mostram que 209 quilômetros de floresta foram desmatados na chamada Amazônia Legal até o dia 17. É a maior marca para o mês na série histórica, iniciada em 2015. O instituto divulga às sextas as informações colhidas na semana anterior. Com isso, os números do mês de fevereiro serão fechados na próxima sexta-feira, 3 de março.
Segundo o relatório de hoje, os estados que mais desmataram neste mês são Mato Grosso (129 km²), Pará (34 km²) e Amazonas (23 km²). Os alertas são feitos pelo Sistema de Detecção de Desmatamento em Tempo Real (Deter), que produz sinais diários de alteração na cobertura florestal para áreas maiores que 30 mil metros quadrados.
A Amazônia Legal corresponde a 59% do território brasileiro. Engloba a área total de oito estados (Acre, Amapá, Amazonas, Mato Grosso, Pará, Rondônia, Roraima e Tocantins) e parte do Maranhão.
Desmate da Amazônia em janeiro
Os dados divulgados pelo Inpe contrastam com os registrados em janeiro, quando o acumulado de alertas de desmatamento foi de 167 km², queda de 61% em relação a igual mês de 2022. Entidades ligadas à preservação ambiental ressaltaram, à época, que ainda era cedo para falar sobre uma reversão de tendência.
“A queda observada nos dados de desmatamento, em janeiro, deve ser interpretada com cautela. Registramos a maior cobertura de nuvem dos últimos seis anos para o início do ano. O fenômeno pode aumentar o tempo de detecção pelo Deter, que usa imagens de satélites com sensores ópticos”, disse Daniel Silva, especialista em conservação da WWF Brasil.
“É possível, por exemplo, que mais desmatamento tenha ocorrido, mas será registrado somente nos próximos dias ou semanas, quando a cobertura de nuvens da região será menor.”
Com g1
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