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Trabalhadores tentam evitar até 700 demissões na Bridgestone: ‘Decisão apenas para ganhar mais dinheiro’

Sindicalista lembra que situação financeira da empresa não é ruim e alerta para impacto na cadeia produtiva

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São Paulo – Representantes do Sindicato dos Borracheiros da Grande São Paulo e Região (Sintrabor) e da Bridgestone voltam a se reunir na próxima semana para discutir a situação da fábrica de Santo André, na região do ABC. A empresa já anunciou a intenção de encerrar a fabricação de pneus para carros de menor porte, de passeio, o que representaria demissão de até 700 trabalhadores, 20% de um total de 3.500 empregos diretos.

“A gente vai ver um posicionamento mais claro da empresa. Vamos tentar convencer a empresa a desistir dessa ideia”, afirma o presidente do sindicato, Márcio Ferreira. Os representantes dos trabalhadores também tentam conseguir apoio do poder público. Por meio do presidente da Força Sindical, Miguel Torres, já se reuniram com o vice-presidente da República, Geraldo Alckmin, e estão agendando encontro com o ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho.

Segundo a Bridgestone, trata-se de uma decisão estratégica. “Vai deixar de fabricar pneus pequenos, com margem de lucro menor”, resume Márcio. “Nessa estratégia de negócio não estão incluídos esses 700 trabalhadores. Mas a empresa também tem que ter responsabilidade social. Não está com situação financeira ruim, vendas baixas. Simplesmente tomou uma decisão para ganhar mais dinheiro.”

Efeito dominó

O dirigente chama ainda a atenção para o possível efeito na cadeia produtiva. Ele estima que os cortes na fábrica de Santo André podem eliminar, no total, até 20 mil postos de trabalho.

A fábrica do ABC existe desde 1939. Pertencia à Firestone, adquirida para japonesa Bridgestone em 1988. A outra unidade fica em Camaçari (BA), que concentrará a produção de pneus para veículos de passeio e caminhonetes caso a medida se concretize.

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